As autoridades angolanas continuam sem saber do paradeiro de mais de 90 reclusos do grupo de 151 elementos que, na segunda-feira, se evadiu da penitenciária do Yabi, na província de Cabinda
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De acordo com informação transmitida aos jornalistas pelo diretor provincial de Cabinda dos Serviços Prisionais, Júlio César Correia, 60 dos reclusos que encetaram a fuga já voltaram ao estabelecimento prisional, recapturados ou entregando-se voluntariamente às autoridades.
Além da operação no terreno, as autoridades angolanas estão a apelar aos familiares destes fugitivos para participarem qualquer informação sobre o seu paradeiro.
Os reclusos escaparam daquela penitenciária durante a distribuição das tarefas do dia, cerca das 08.00 horas locais [07.00 horas em Portugal continental] de segunda-feira, envolvendo inicialmente um grupo liderado por um recluso condenado a 23 anos de prisão por roubo qualificado.
Dos 151 reclusos que concretizaram a evasão, dois foram alvejados pelos guardas prisionais, durante a fuga, tendo sido transportados para o hospital de Cabinda.
Poucas horas depois da fuga, o Ministério do Interior de Angola suspendeu a direção da penitenciária do Yabi, conforme revelou o secretário de Estado para os Serviços Prisionais, Bamokina Zau.
De acordo com o governante, estão em curso investigações às causas e motivações que estiveram na base desta fuga em grande escala, tendo sido reforçado o dispositivo de segurança nas cadeias de todo o país.
Por sua vez, o diretor nacional dos Serviços Prisionais, comissário António Fortunato, disse entretanto que "houve uma violação das normas ligadas à organização das brigadas de trabalho na execução dessa atividade do agrupamento de forças e meios para a proteção dos reclusos".
Uma mensagem a circular no interior na penitenciária do Yabi, no sentido de haver "facilidade de fuga", envolvendo alegadamente os guardas prisionais, encorajou os reclusos a encetarem a fuga.
Na altura, a penitenciária contava com quase 800 reclusos, estando por isso em situação de sobrelotação.