A Ucrânia garante ter destruído, neste domingo, dois navios militares russos estacionados na península da Crimeia em ataques noturnos, enquanto sofria outra noite de ataques aéreos russos "maciços".
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"As Forças Armadas ucranianas atingiram com sucesso os navios de desembarque anfíbio Yamal e Azov, um centro de comunicações e uma série de infraestruturas da Frota do Mar Negro", afirmou o centro de comunicações estratégicas das Forças Armadas ucranianas.
As autoridades instaladas por Moscovo na península, que a Rússia tomou em 2014, pelo contrário, disseram que as suas forças tinham repelido um grande ataque aéreo ucraniano na noite de sábado. "Foi o ataque mais maciço dos últimos tempos", disse o governador de Sebastopol nomeado pela Rússia, Mikhail Razvozhayev, num post do Telegram. Segundo ele, um homem de 65 anos foi morto e quatro pessoas ficaram feridas, mas não mencionou quaisquer danos nos navios de guerra russos.
As imagens partilhadas nas redes sociais mostraram uma grande explosão na cidade, lançando uma bola de fogo e uma nuvem de fumo negro, bem como o que parecia serem as defesas aéreas russas a intercetar os projéteis que se aproximavam.
A Ucrânia afirma ter destruído cerca de um terço da frota russa do Mar Negro desde o início da guerra, geralmente em ataques noturnos com drones marítimos carregados de explosivos. Imagens de satélite mostram que a Rússia deslocou grande parte da frota para leste, para o porto de Novorossiysk, no meio da vaga de ataques.
Moscovo substituiu recentemente o seu chefe da marinha.
Objetivo de destruir Kiev
A capital ucraniana, Kiev, e a região ocidental de Lviv também foram alvo de um ataque aéreo russo "maciço" nas primeiras horas deste domingo, segundo as autoridades, embora não tenham sido registadas vítimas.
A força aérea ucraniana afirmou que a Rússia tinha disparado 29 mísseis de cruzeiro e 28 drones contra o seu território durante a noite, mas que conseguiu abater 18 dos mísseis e 25 drones.
Nos últimos dias, a Rússia tem vindo a intensificar significativamente os seus ataques aéreos contra a Ucrânia, numa tentativa de retaliação contra uma vaga de ataques ucranianos nas suas regiões fronteiriças.
Na madrugada de sexta-feira, Moscovo lançou a sua maior barragem aérea contra o sector energético da Ucrânia desde o início da guerra, disparando quase 90 mísseis e 60 drones. A Rússia também voltou a atacar Kiev, realizando os seus primeiros ataques contra a cidade desde o início de fevereiro.
A Rússia "não desiste do seu objetivo de destruir Kiev a qualquer custo", disse Sergiy Popko, chefe da administração militar da cidade, no Telegram.
Ganhos territoriais
No campo de batalha, as forças russas estão a tentar aumentar a sua vantagem em termos de mão de obra e munições, enquanto Kiev enfrenta atrasos na ajuda adicional do Ocidente. Moscovo afirmou, no sábado, ter tomado uma aldeia na periferia ocidental de Bakhmut, no leste da Ucrânia.
A tomada, no mês passado, de Adviivka, perto do reduto russo de Donetsk, foi o primeiro grande ganho territorial da Rússia desde a tomada da cidade devastada de Bakhmut, há 10 meses.