O ministro dos Transportes da Malásia, Hishammuddin Hussein, disse, esta terça-feira, que foram canceladas as buscas pelo Boeing 777-200 no chamado Corredor Norte e nas zonas próximas do local onde o avião levantou. Tudo está centrada numa zona inóspita do planeta, 2500 quilómetros a Oeste da costa da Austrália, no Corredor Sul.
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Os dados obtidos pela Gabinete de Investigação a Acidentes Aéreos (AIBB, na sigla original) britânico e pela empresa Inmarsat permitiram às autoridades concluir que o avião da Malaysia Airlines se despenhou numa zona remota do sul do Oceano Índico, com 239 pessoas a bordo, a 8 de março.
"Depois de 17 dias e tendo como base as evidências, temos que aceitar a dolorosa realidade de ter perdido o voo MH370 e que não há sobreviventes", afirmou Nor Yusof, diretor da Malaysia Airlines, numa conferência de imprensa, esta terça-feira, em Kuala Lumpur.
Pouco depois, também em conferência de Imprensa, o ministro dos Transportes da Malásia disse que tinham abandonado as buscas no Corredor Norte, uma das rotas possíveis do avião depois de desaparecer, e na área perto da Malásia, certos de que o Boeing 777-200 tinha rumado a sul.
Agora, o trabalho das equipas de resgate centra-se em reduzir a área de buscas, suspensas esta terça-feira, devido ao mau tempo, numa zona inóspita do Oceano, a cerca de 2500 quilómetros a Oeste da costa da Austrália, no Corredor Sul.
O cálculo da velocidade do avião foi feito com base no efeito Doppler, que pode ser explicado com um exemplo do dia-a-dia: quando estamos na rua e ouvimos um carro a passar, o som que faz é diferente consoante a distância a que está de nós, mais agudo à medida que se aproxima e mais grave quando se afasta.
De um forma simplificada, foi isso que fez a Inmarsat, ao analisar os dados para "ouvir" a passagem do avião entre dois pontos. Graças ao efeito Doppler, foi obtida a diferença entre a frequência esperada pela estação terrestre e a realmente obtida pelo satélite (e comunicada à estação terrestre), calculando assim a velocidade do aparelho.
Com base na autonomia do Boeing 777-200 e da última posição conhecida, quando virou a Oeste a Inmarsat e a AIBB estimou que só poderia rumar a sul e calculou uma zona estimada para a queda. As imagens de satélite, primeiro da Austrália, depois da China e da França, mostraram entretanto possíveis destroços que dão credibilidade a estas contas e levaram a companhia a assumir que o avião caiu e que não há sobreviventes.
O ministro dos Transportes da Malásia explicou que não foi determinado, ainda, o local exato onde o avião terá caído. Foi, apenas, confirmado o último local em que o avião comunicou com o satélite, na estação correspondente às coordenadas 0019 UTC. No ponto seguinte, já não há registos.
"Assim, algures entre as coordenadas 0011 UTC e 0115 UTC o avião já não comunicou com a estação terrestre. Isto é consistente com a autonomia máxima do aparelho", explicou o ministro.
Segundo Hishammuddin Hussein, a análise da Inmarsat é a base para aprofundar os estudos necessários a determinar a posição final do aparelho, fundamental para reduzir o imenso campo de buscas, estimado em cerca de 30 mil metros quadrados de Oceano frio e sujeito aos humores do clima.