Horas após a confirmação da queda do Boeing 777-200 no mar e da confirmação que todos os passageiros do voo MH370 estavam mortos, as buscas foram suspensas no sul do Índico devido ao mau tempo. Chuva e ondulação forte impossibilitam as operações de busca.
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A confirmação de que deixava de haver margem para a esperança chegou, oficialmente, segunda-feira. "É com grande tristeza e pesar que faço este anúncio: o voo MH370 terminou no sul do oceano Índico", disse o primeiro-ministro malaio, Najib Razaka, numa breve comunicação.
Apenas algumas horas mais tarde, as operações no sul do Índico foram suspensas, devido às más condições meteorológicas, comum naquela zona remota do planeta.
Para desespero das famílias, a espera por mais informações mantém-se. "Quase parece que estamos numa mini montanha russa", disse James Wood, irmão de um dos passageiros do MH370, à CNN. "Só esperamos e esperamos", afirmou.
Companhia aérea informou familiares por SMS
O anúncio ocorreu pouco depois de ter sido tornada pública uma mensagem enviada pela companhia aérea às famílias das 239 pessoas a bordo, em que a Malaysia Airlines dizia "lamentar profundamente que é preciso assumir para além de dúvida razoável que o voo MH370 não vai ser recuperado e que ninguém que ia a bordo sobreviveu".
Os familiares dos 173 chineses que seguiam no avião foram convocados para um hotel em Pequim, onde foram informados do destino do aparelho. Muitos desmaiaram ou ficaram em choque ao ser confirmada a queda do Boeing 777-200 e a morte de todos os passageiros.
A companhia aérea esclareceu, no entanto, que a notícia também foi dada pessoalmente aos familiares. As SMS e os telefonemas foram um meio para que todos os familiares, incluindo os que não puderam estar nos hotéis onde foram reunidos, pudessem ser informados.
Radar detecta avião no sul do Índico
De acordo com o primeiro-ministro malaio, os dados mais recentes de satélite mostram que a última posição conhecida do avião é a Oeste de Perth, na Austrália, numa zona consistente com o local onde estão a decorrer as buscas.
Esta informação foi obtida pelo Gabinete de Investigação de Acidentes aéreos do Reino Unido, que, em parceria com a Inmarsat, a companhia britânica de dados de satélite, que calculou a rota do voo MH370 em direção a sul.
Os dados recolhidos colocavam o avião numa zona onde, dadas as horas de voo que já levava, seria impossível alcançar qualquer pista ou local para aterrar.
Estas novas informações, ontem reveladas, levaram os especialistas a determinar que o único destino possível para a aeronave tenha sido ter-se despenhado no mar, matando todos os passageiros que seguiam a bordo.
Destroços avistados ainda sem confirmação
Esta segunda-feira, um avião chinês e um australiano avistaram alguns objetos suspeitos na zona sul do Oceano Índico durante as buscas pelo Boeing da Malaysia Airlines.
Os destroços, descritos como "um objeto circular verde ou cinzento" e um "rectangular alaranjado" foram vistos a cerca de 2500 km a Oeste da cidade costeira australiana de Perth, na segunda-feira à tarde, madrugada de segunda-feira em Portugal continental, disse o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott.
Um navio australiano está muito próximo do local onde foram avistados possíveis destroços do avião desaparecido da Malyasia Airlines. O "HMAS Success" deve chegar, ao amanhecer de terça-feira (noite de segunda em Portugal continental), ao local onde estão os destroços e confirmar o que parece óbvio e já foi assumido: aquela zona inóspita do Oceano foi o destino final das 239 vidas a bordo do voo MH370.