Um manifestante que participou, no domingo, num protesto pró-democracia em frente ao consulado chinês em Manchester, no norte de Inglaterra, disse esta quarta-feira que foi arrastado da rua para o interior do complexo diplomático e espancado por vários homens.
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Numa conferência de imprensa realizada em Londres, Bob Chan salientou que "não estava a tentar entrar no consulado" e que teve de ser tratado no hospital pelos ferimentos que sofreu.
Chan descreveu como vários homens com o rosto coberto o levaram para o lado de dentro dos portões do posto diplomático chinês.
"Dei por mim a ser arrastado para o interior do consulado. Segurei-me aos portões enquanto me pontapeavam e davam murros, mas não consegui aguentar por muito tempo", disse aos jornalistas.
"O ataque só parou quando um homem, que se revelou ser um polícia com uniforme de Manchester, me puxou para fora dos portões", acrescentou.
De acordo com uma declaração da polícia da Grande Manchester, entre 30 e 40 pessoas tinham-se reunido fora do consulado no domingo para uma manifestação.
"Pouco depois das 16 horas (hora local) um pequeno grupo de homens saiu do edifício, um homem foi arrastado para o recinto do consulado e atacado", detalharam as forças de segurança.
"Devido à nossa preocupação com a segurança do homem, os agentes intervieram e retiraram a vítima das instalações do consulado", acrescentou a nota.
Na terça-feira, a deputada Alicia Kearns disse que o cônsul geral chinês em Manchester, Zheng Xiyuan, esteve envolvido no incidente e que foi visto a "rasgar cartazes" e a atacar manifestantes que participavam no "protesto pacífico".
Um porta-voz de Pequim, Wang Wenbin, respondeu que os manifestantes "puseram em perigo a segurança das instalações diplomáticas" e instou Londres a "reforçar a proteção do consulado chinês e dos funcionários".
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido convocou o encarregado de negócios da embaixada da China em Londres, na terça-feira, para pedir explicações sobre as "cenas de violência".
O secretário de Estado para a Ásia, Zac Goldsmith, disse, após a reunião, que o Governo britânico tinha "deixado claro às autoridades chinesas que o direito ao protesto pacífico deve ser respeitado no Reino Unido".