
O presidente da República marcou presença nas comemorações dos 50 anos de independência de Angola, em Luanda
Foto: Ampe Rogério / Lusa
O presidente português destacou hoje o contributo histórico de Portugal para a unidade de Angola, "no meio dos altos e baixos da colonização", e voltou a sublinhar que as relações entre os dois países atravessam "um momento excelente".
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Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas após participar nas comemorações do 50.º aniversário da independência de Angola, em Luanda, antes de regressar a Lisboa. Foi a última visita oficial ao país enquanto chefe de Estado, mas o presidente afirmou que tenciona regressar "muitas vezes, como cidadão".
"Angola está sempre no coração de Portugal e nós sabemos que Portugal está no coração de Angola", afirmou Marcelo, sublinhando ser "difícil encontrar um momento tão excelente nas relações entre Angola e Portugal como este".
Sobre a referência ao colonialismo português feita no discurso do presidente angolano, João Lourenço, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "até contrastou com os aplausos dados a Portugal na altura em que chamaram os chefes de Estado" e considerou que o chefe de Estado angolano "foi muito sucinto, muito cuidadoso nessa referência, porque é uma referência tradicionalmente feita pelo poder em Angola".
"Faz parte (...) quando se está a comemorar a luta pela libertação, pela independência, faz parte dessas referências", comentou, sublinhando que o presidente angolano foi "muito cuidadoso e muito simpático, quer no encontro pessoal, quer nas posições públicas".
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Marcelo recordou que, após o 25 de Abril, houve "crispação, tensão e dificuldade de relacionamento com Angola", situação que considera superada. "Hoje não encontro isso nem ao nível do poder, nem ao nível das pessoas, nem ao nível das atividades económicas - pelo contrário", afirmou.
O chefe de Estado português reconheceu que "o passado próximo pesa sempre muito", mas sublinhou que "as relações estão a atravessar um momento que é excelente".
Declarou-se "muito feliz" com o sucesso de Angola após 50 anos de independência, considerando que o país "é uma potência" que se afirma em vários domínios.
O presidente português disse ainda ter-se sentido "muito orgulhoso por Angola, mas também orgulhoso por Portugal", ao assistir ao desfile que marcou as comemorações.
"Aquele desfile marcou a unidade de Angola e aí nós, portugueses, demos um contributo histórico - quer dizer, no meio dos altos e baixos da colonização, demos o contributo de permitir aqui, como por exemplo no Brasil, que houvesse uma unidade que não houve noutros países. No caso de Angola, é em África; no outro caso, a América Latina", afirmou.
