A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, não pagou os 340 mil euros exigidos pelo Parlamento Europeu por uso indevido de fundos - em causa, o pagamento a uma assessora e um guarda-costas fictício.
Corpo do artigo
"Não vou render-me à perseguição, a uma decisão unilateral tomada por opositores políticos", garantiu Marine Le Pen à agência Reuters, horas antes da meia-noite de terça-feira, o prazo limite estipulado por Estrasburgo para a líder da Frente Nacional (FN) devolver 340 mil euros por uso indevido de fundos.
Parlamento Europeu vai reter, no mínimo, 7500 euros por mês a Marine Le Pen
Em causa está o pagamento de 300 mil euros de salários a uma assessora do seu partido, Catherine Griset. Uma comissão do Parlamento Europeu (PE) apurou que a chefe de gabinete de Marine Le Pen exercia a atividade maioritariamente na sede da FN, em Paris, quando os fundos parlamentares estão previstos para quem está maioritariamente a trabalhar em Bruxelas e Estrasburgo. Outros 40 mil euros terão sido pagos a um alegado guarda-costas.
A líder da extrema-direita e candidata às eleições presidenciais de abril em França diz estar a ser vítima de uma vingança política. Não pagou, como anunciado, e agora o PE irá ser ressarcido do valor apurado retendo metade do salário da eurodeputada francesa, subsídios e ajudas de custo num valor mínimo de 7500 euros por mês.
Também o candidato da direita às eleições francesas, François Fillon, está a ser alvo de um inquérito em França, suspeito de ter arranjado dois empregos fictícios à mulher, permitindo-lhe auferir mais de 900 mil euros, e remunerado dois filhos estudantes, com 84 mil euros.