Um marinheiro norte-americano foi condenado por espionagem depois de vender segredos militares à China em troca de mais 12 mil dólares (cerca de 10 mil euros), podendo enfrentar prisão perpétua, anunciou esta quinta-feira o Departamento de Justiça norte-americano.
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"Ao trocar segredos militares com a República Popular da China por dinheiro, colocou em risco não só a vida dos seus colegas marinheiros, mas também a segurança de toda a nação e dos nossos aliados", disse o procurador-geral dos Estados Unidos (EUA), Adam Gordon, citado em comunicado após a leitura do veredicto.
O marinheiro e mecânico no navio de assalto anfíbio USS Essex Jinchao Wei, de 25 anos, foi declarado culpado por um júri federal na Califórnia, após um julgamento de cinco dias, acrescentou o Departamento de Justiça em comunicado.
"As ações do arguido representam uma flagrante traição à confiança depositada nele como membro das Forças Armadas dos EUA", referiu o procurador-geral dos EUA.
O marinheiro foi condenado por seis crimes, incluindo espionagem, conspiração para cometer espionagem e exportação ilegal de dados confidenciais sobre navios da Marinha dos EUA.
Jinchao Wei recebeu mais de 12 mil dólares durante 18 meses por um oficial dos serviços de informação chineses que o abordou em fevereiro de 2022 para obter informações sobre o navio no qual serviu, bem como sobre outras embarcações navais, de acordo com a BBC News.
Jinchao Wei e outro marinheiro, Wenheng Zhao, foram detidos em agosto de 2023 e acusados de espiar para a China.
Wenheng Zhao foi condenado no ano passado a 27 meses de prisão, depois de se ter declarado culpado, enquanto Jinchao Wei optou por um julgamento e será sentenciado em 1 de dezembro, podendo ser condenado a prisão perpétua.
O engenheiro enviou, a um oficial dos serviços de informação chineses, fotografias e vídeos que mostravam navios da Marinha, informações sobre a movimentação de navios, manuais técnicos e capacidades de armas, disse Roman Rozhavsky, da Divisão de Contra-Informação do FBI.
Uma troca de mensagens de texto entre Wei e a sua mãe foi apresentada para mostrar que ele compreendia que estava a cometer espionagem, segundo a BBC News.
"Outros chineses que servem na Marinha dos EUA ainda estão a tentar descobrir como ganhar dinheiro extra e a conduzir táxis. Enquanto eu estou apenas a divulgar segredos", disse Junchao Wei numa mensagem de texto que enviou à mãe.
O cidadão naturalizado norte-americano Jinchao Wei serviu como ajudante de maquinista, possuía autorização de segurança e tinha acesso a informações confidenciais sobre o navio e outros navios da Frota do Pacífico.