Já há algum tempo que as máscaras são utilizadas como utensílios de combate a doenças contagiosas, mas o surgimento do novo coronavírus converteu-as num símbolo de prevenção. O objeto, que cobre nariz e boca, usa-se há muito na China e outras nações asiáticas como proteção face ao alto nível de poluição. A pandemia de Covid-19 fez dele prática global.
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As máscaras cirúrgicas têm origem nas máscaras medievais, semelhantes a um bico de pássaro, inventadas por médicos do século XIV, para se protegerem da peste negra, que matou 200 milhões de pessoas. Só no final do século XIX nasceu um modelo similar ao atual, conta o livro "História das máscaras cirúrgicas: os mitos, as máscaras e os homens e mulheres por detrás delas ", de John L. Spooner, segundo o qual os médicos colocavam máscaras para evitar que as bactérias criadas na respiração entrassem numa ferida aberta durante uma operação.
Na China, o uso de máscara foi promovido pela primeira vez em 1910 para prevenção face a um surto de pneumonia, mas foi com a chegada da Gripe Espanhola de 1918 que o método se globalizou pela primeira vez. Depois do fim da I Guerra Mundial, as pessoas deixaram de usar as máscaras, exceto na China, onde passou a simbolizar consciência cívica e foi sendo objeto comum, ainda que não massivo. A epidemia de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave de 2002-3) sensibilizou novamente a população do sudeste asiático, resultando num crescimento exponencial do uso das máscaras. Por isso os chineses reagiram tão rapidamente mal apareceu o novo coronavírus, em Wuhan. E isto depois de terem tentado proibir o seu uso quando perceberam que os ativistas pró-democracia em Hong Kong as usavam para ocultar o rosto.
Como quase tudo, as máscaras também chegaram ao mundo da moda. São várias as grandes marcas a oferecê-las nos seus catálogos desde 2014. Agora, instalaram-se nas redes sociais dos influencers, provocando a multiplicação da oferta online de máscaras personalizadas com preços que vão dos 6 aos 40 dólares nas plataformas Amazon ou Wish. Aproveitando a onda, a tecnológica chinesa Xiaomi criou já uma máscara eletrónica que comunica com o telemóvel...