Os juízes profissionais nos países escandinavos são assistidos por "juízes" escolhidos entre a sociedade civil, sistema que está a ser utilizado no julgamento em Oslo de Anders Behring Breivik, autor confesso dos ataques de julho passado na Noruega.
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A segunda audiência do julgamento de Breivik começou esta terça-feira com uma interrupção porque um destes "juízes" não profissionais pediu, fora do tribunal, a pena de morte para o acusado.
Thomas Indreboe, que acabou por ser dispensado pelo tribunal por ser considerado inapto, pediu a pena de morte para o acusado num comentário publicado no "site" de um jornal depois dos atentados, divulgou uma revista norueguesa.
"A pena de morte é a única solução justa neste caso!", reagiu Thomas Indreboe - um rececionista que posteriormente foi designado no âmbito do mecanismo de justiça popular em vigor na Noruega - no "site" do tabloide Verdens Gang (VG), um dia depois do duplo atentado, do qual resultaram 77 mortos, segundo a revista antirracista Vepsen que reproduz a referida página da Internet.
No julgamento do extremista norueguês estão presentes cinco juízes - dois profissionais e três escolhidos entre a sociedade civil -, que irão decidir se Breivik é culpado e a sentença a aplicar ao acusado.
O voto de um "juiz" não profissional terá o mesmo peso na decisão final do que o do magistrado, cuja profissão é julgar.
O parlamento da Noruega decidiu há mais de um século que "cidadãos independentes" devem contribuir nas decisões judiciais ao lado dos juízes tradicionais.
A intenção do parlamento foi fornecer "um contrapeso ao poder oficial e à ordem", permitindo que simples cidadãos "usem o bom senso e capacidade de julgar para decidir a inocência ou a culpabilidade", explicou o Ministério da Justiça, citado pela agência noticiosa francesa AFP.
Estes juízes-cidadãos são escolhidos por quatro anos a partir de duas listas, divididas por género. Os cidadãos têm de ter pelo menos 21 anos, nacionalidade norueguesa ou de um país nórdico e falar norueguês, entre outros critérios.
Na Suécia e a Dinamarca, os tribunais dispõem de um sistema quase semelhante ao norueguês.