O autor confesso dos ataques de julho de 2011 na Noruega afirmou, esta terça-feira, em tribunal, ser "um ultranacionalista" que agiu em nome dos Direitos Humanos para salvar o povo norueguês e que foi inspirado pela rede terrorista al-Qaeda.
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"Foram os Direitos Humanos [que me deram o direito de proteger o povo norueguês]. Poderá parecer estúpido, mas foi esse o caso", declarou Anders Behring Breivik na segunda sessão do julgamento em Oslo, encerrada ao início da tarde desta terça-feira.
"Se assumirmos a Declaração Universal dos Direitos Humanos como ponto de partida, podemos atribuir-nos a missão" de defender o nosso país, afirmou o extremista.
"Os irmãos nacionalistas europeus acabarão por ganhar (...) não aceitamos que os nossos países sejam colonizados contra a nossa vontade", frisou.
Para Breivik, os nacionalistas europeus têm "muito que apreender" com a rede al-Qaeda, "organização ativista com o maior sucesso no mundo".
Com uma voz calma, o acusado reconheceu que o seu gesto nunca será entendido porque "foi tão extremo, mesmo entre os nacionalistas".
"Depois do 11 de setembro, mesmo os militantes islamistas ficaram chocados: acharam que se tinha ido longe de mais", explicou o extremista, dando como referência os atentados de 2001 em Nova Iorque, reivindicados pela al-Qaeda.
Ainda durante a segunda sessão do julgamento, que arrancou na segunda-feira em Oslo, Breivik pediu ao tribunal para ser absolvido, declarando que voltaria a fazer o mesmo.
De acordo com o calendário estabelecido, o extremista terá cinco dias para explicar diante dos juízes do tribunal de Oslo os motivos dos ataques.
Breivik, opositor da multiculturalidade e da "invasão muçulmana" na Europa, foi o autor do atentado à bomba contra a sede do Governo norueguês e de um tiroteio na ilha de Utoya, perto de Oslo, a 22 de julho do ano passado.
Os dois ataques causaram 77 mortos, principalmente jovens que participavam num acampamento da Juventude Trabalhista, na ilha de Utoya.