A Rússia e a Ucrânia não assinaram na Turquia um novo acordo para a troca de prisioneiros de guerra, garantiu uma alta representante russa, afirmando que as suas declarações anteriores sobre um eventual consenso tinham sido mal interpretadas.
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Este esclarecimento foi avançado à agência noticiosa France-Presse (AFP) pela mediadora para a área de direitos humanos de Moscovo, Tatiana Moskalkova.
Os mediadores associados a instituições oficiais de direitos humanos da Ucrânia, Dmytro Loubinets, e da Rússia, Tatiana Moskalkova, mantiveram negociações na terça-feira na capital turca, Ancara, naquele que foi um raro encontro a este nível entre altos responsáveis dos dois países há vários meses.
Na quarta-feira, a agência de notícias estatal turca Anadolu, citando Tatiana Moskalkova, tinha anunciado um acordo para a troca de mais de 40 prisioneiros de guerra de ambos os lados, declarações que a mediadora russa disse, esta quinta-feira, terem sido "mal interpretadas", pois referia-se a um número de detidos já trocados no passado.
"Alguém entendeu mal alguma coisa. Falamos sobre os resultados do nosso trabalho anterior. Essas trocas já aconteceram", disse Tatiana Moskalkova, após conversas com o homólogo ucraniano.
A alta representante precisou ainda que os mediadores de Moscovo e de Kiev trocaram listas de militares feridos para a preparação de uma eventual futura troca.
A 8 de janeiro, a Rússia e a Ucrânia anunciaram oficialmente a troca de 100 soldados, 50 de cada um dos lados, aprisionados durante os combates em território ucraniano, naquele que foi o mais recente acordo entre as duas partes.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, os dois países já trocaram centenas de prisioneiros de guerra.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU.