A menina russa que foi encaminhada para um orfanato, na sequência de um desenho contra a guerra que fez na escola, já foi retirada das instalações. A confirmação foi dada pela comissária russa para a infância.
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Maria Moskalyova, de 13 anos, foi temporariamente alojada num orfanato, depois de ter feito um desenho no qual criticava a guerra na Ucrânia, durante uma aula na escola russa que frequenta. Consequentemente, o pai enfrentou acusações criminais e foi condenado a uma pena de prisão de dois anos.
A comissária russa para a infância, Maria Lvova-Belova, referiu que conheceu a mãe da menina e que esta estava há muito tempo separada do marido. A criança, que já se tinha recusado a morar com a progenitora anteriormente, é levada agora para junto dela, confirmou a responsável.
Os problemas na Justiça enfrentados por Alexei Moskalyov, pai de Maria, começaram na sequência do desenho da filha, acabando por gerar uma indignação internacional. O desenho em causa mostrava mísseis a sobrevoar uma bandeira russa contra uma mulher e uma criança, e incluía frases como "Não à guerra" e "Glória à Ucrânia". O pai da criança foi declarado como prisioneiro político pelo grupo dos direitos humanos mais antigo da Rússia, o Memorial.
Alexei, que acabou por fugir da prisão pouco antes do julgamento, na semana passada, na cidade russa de Yefemov, foi detido na Bielorrússia, dois dias depois. O tribunal deve ainda esta quinta-feira, decidir acerca da privação dos seus direitos parentais.
O Tribunal Penal Internacional já emitiu um mandado de detenção contra Lvova-Belova, juntamente com o presidente russo, Vladimir Putin, devido à deportação ilegal de crianças da Ucrânia. No entanto, a comissária russa argumentou, na quarta-feira, numa reunião da ONU, que as crianças apenas foram transferidas por questões de segurança.