Um menino francês que viajou para a Costa Rica com os pais foi identificado como sendo a origem da reintrodução do sarampo neste país centro-americano, que não registava a doença desde 2014.
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O sarampo é, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma doença altamente contagiosa e potencialmente mortal.
As autoridades da Costa Rica já têm em curso um plano de ação para evitar que o foco de sarampo detetado se propague na população local.
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O menino francês e a sua família passaram sete dias em isolamento num hospital, na cidade de Puntarenas, sob fortes medidas de controlo: um quarto isolado com ventilação, pressão negativa, acesso restrito e cuidados médicos de acordo com os protocolos de biossegurança.
Perante a evolução favorável do estado de saúde da criança, e passados os sete dias exigidos nos regulamentos nacionais e internacionais para evitar o contágio da doença, as autoridades decretaram o fim da quarentena na passada segunda-feira.
Segundo o Ministério da Saúde, o menino chegou à Costa Rica a 18 de fevereiro e não estava vacinado contra o sarampo.
As autoridades de saúde tentaram localizar todas as pessoas que poderiam ter estado em contacto com a família, incluindo os 300 passageiros que viajaram no mesmo voo da Air France com destino ao país e os funcionários do hotel onde o casal e o filho estiveram hospedados. No total, segundo o último balanço oficial, foram vacinadas 104 pessoas.
As autoridades da Costa Rica também entraram em contacto com França para localizar e informar quem possa ter estado em contacto com a família.
Os pais indicaram aos profissionais de saúde no hospital que alguns amigos do filho também tinham sarampo.
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O sarampo é uma das principais causas de morte de crianças, apesar de existir uma vacina segura e eficaz. Em 2017, a doença matou 111 mil pessoas em todo o mundo e houve um aumento de 30% os casos registados.
Em 2018, o sarampo causou a morte de 72 pessoas na Europa. De acordo com a OMS, no ano passado cerca de 82 mil pessoas contraíram esta doença infecciosa em 47 dos 53 países da região - o número de infetados foi "o maior na década".
Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), 93% dos casos de sarampo em Portugal registados em 2018 estiveram associados a surtos, cuja origem da infeção teve início em casos importados de outros países, nomeadamente Itália, França, Uganda/EUA, República Checa e Ucrânia.
A cobertura vacinal para a primeira dose da vacina contra o sarampo, avaliada aos dois anos de idade, foi de 98% e a cobertura vacinal para a 2ª dose desta vacina, nos menores de 18 anos de idade, variou entre 96% e 98%.
O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infeciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra. Os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea.
Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois de a pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal.