Mia e Zoe sobreviveram a outros tiroteios em escolas antes do ataque à Universidade de Brown

Mia foi baleada num tiroteio em 2019. Um ano antes, Zoe testemunhou um atentado numa escola
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Pelo menos duas sobreviventes do atentado na Universidade de Brown já tinham escapado a outros tiroteios em escolas na sua infância.
Aos 12 anos, Zoe Weissman, agora com 20, testemunhou um tiroteio na escola secundária adjacente à sua escola de ensino básico em Parkland, na Florida. O atentado de 2018 matou 17 pessoas. Oito anos mais tarde, Zoe estava no quarto do dormitório da Universidade de Brown quando uma amiga lhe ligou a avisar sobre o tiroteio de sábado à noite, onde morreram duas pessoas e nove ficaram feridas.
"Estou zangada porque pensei que nunca mais teria de lidar com isto e aqui estou eu, oito anos depois", disse Weissman, em declarações à "NBC News".
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Mas Zoe não foi a única a passar pela segunda vez por um atentado a um estabelecimento de ensino. Em 2019, Mia Tretta, agora com 21 anos, foi baleada na barriga quando um jovem de 16 anos abriu fogo na escola secundária de Saugus, perto de Los Angeles, matando duas pessoas, incluindo a sua melhor amiga. No sábado, Mia estava a estudar no dormitório no momento do ataque. Inicialmente, tinha planeado estudar no edifício de engenharia e física, onde ocorreu o tiroteio, mas mudou de ideias porque se sentia cansada.
"As pessoas pensam sempre: "Bem, isto nunca vai acontecer comigo"", disse Mia ao jornal norte-americano "The New York Times". "E até eu ser baleada na minha escola, eu também pensava a mesma coisa".
Ambas pensaram que nunca mais teriam de passar por um tiroteio. "O que mais tenho sentido é: como este país ousa permitir que isso aconteça com alguém como eu duas vezes? A única coisa que me confortou foi que, estatisticamente, é praticamente impossível que isso aconteça comigo outra vez", disse Zoe. "Claramente, estamos a chegar a um ponto em que já ninguém pode dizer isso".

