O Facebook e a Microsoft evitaram, na semana passada, vários ciberataques com origem na Coreia do Norte. <br>
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A denúncia foi feita por Tom Bossert, do Departamento de Segurança Interna norte-americano, esta terça-feira. O responsável não apresentou detalhes das ações levadas a cabo pelas duas empresas, mas disse que o governo está a pedir às empresas para cooperarem em questões de segurança eletrónica.
Na mesma conferência de imprensa, Tom Bossert, acusou a Coreia do Norte de estar por detrás do ataque informático "Wanna Cry ", que, em maio, atingiu cerca de 300 mil computadores em mais de 150 países.
O regime de Pyongyang é suspeito de estar por detrás do "software" malicioso que afetou o funcionamento de fábricas, bancos, hospitais, escolas e lojas e dos resgates exigidos posteriormente para recuperar os sistemas operativos. Portugal também constou entre os países visados pelo ciberataque.
"Este vasto ataque custou milhares de milhões e a Coreia do Norte é diretamente responsável", tinha escrito Tom Bossert, num artigo no "The Wall Street Journal", divulgado esta segunda-feira à noite.
"Não avançamos com estas acusações de forma ligeira. São baseadas em provas", referiu Tom Bossert.
Em outubro, o governo britânico acusou a Coreia do Norte de estar na origem deste ataque informático, que afetou, entre outras entidades, o serviço de saúde pública britânico (NHS).
A 12 de maio, o ataque informático lançado através de um "software" malicioso apelidado de "Wannacry" afetou, a par dos serviços de saúde britânicos, as fábricas do construtor automóvel francês Renault, a operadora espanhola Telefonica e a empresa norte-americana de entrega de encomendas FedEx.
Os responsáveis pelo ataque reclamaram um resgate para desbloquear os computadores afetados.
"Por mais de uma década, a Coreia do Norte tem agido mal, de forma quase incontrolável, e esse comportamento malicioso está a tornar-se cada vez mais flagrante e o «WannaCry» foi irresponsável", prosseguiu o conselheiro.
Donald Trump "já pressionou a Coreia do Norte de forma a atacar os desenvolvimentos inaceitáveis na sua política nuclear e balística. E vamos continuar a exercer a pressão máxima sobre Pyongyang para limitar a sua capacidade de realizar ataques, informáticos ou outros", reforçou Tom Bossert.
A empresa de segurança informática norte-americana Symantec chegou a atribuir o ataque ao grupo de piratas informáticos conhecido como Lazarus, suspeito de ter ligações ao regime norte-coreano.
Citado pelo diário "The Washington Post", um responsável norte-americano declarou que a administração Trump incitou os países aliados a combaterem os ciberataques da Coreia do Norte e a aplicarem as sanções "apropriadas" no Conselho de Segurança das Nações Unidas.