O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, de visita à Arábia Saudita, qualificou o ataque contra importantes instalações petrolíferas do reino de "ato de guerra", que voltou a atribuir ao Irão.
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"Foi um ataque iraniano", declarou o chefe da diplomacia norte-americana, afirmando que tem "as impressões digitais" do aiatola Ali Khamenei, o guia supremo iraniano.
Pompeo foi recebido esta quarta-feira na cidade costeira de Yeda pelo chefe da diplomacia saudita, Ibrahim al Asaf, e tem previstos encontros com os principais dirigentes do reino para abordar os ataques, que afetaram o preço do petróleo nos mercados mundiais e aumentaram a tensão na região do golfo Pérsico.
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Quase em simultâneo, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, anunciava em Nova Iorque o envio de uma equipa de peritos à Arábia Saudita para conduzir um inquérito internacional sobre os ataques de sábado.
Riade e Washington têm denunciado o envolvimento do Irão nestes ataques e o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou um reforço das sanções económicas contra Teerão.
Em paralelo, a Arábia Saudita declarou que os ataques de sábado contra duas instalações petrolíferas foram provenientes "do norte" - e não desde o sul, apesar de terem sido reivindicados pelos Huthis iemenitas - e que foram "incontestavelmente" patrocinados pelo Irão, ao precisar que o reino ainda tenta determinar o "local exato" do lançamento.
"O ataque foi lançado desde o norte e foi incontestavelmente patrocinado pelo Irão", declarou o porta-voz do ministério da Defesa, Turki al-Maliki, no decurso de uma sessão onde foram apresentados fragmentos de "drones" e de "mísseis de cruzeiro".
O mesmo responsável assegurou ainda que os ataques foram efetuados com "18 drones e sete mísseis de cruzeiro iranianos".
"Estamos a trabalhar para conhecer exatamente o ponto de lançamento dos drones e mísseis, temos várias formas de identificar esse ponto, mas não podemos fornecer mais informações" de momento, concluiu o porta-voz.
O Irão tem desmentido as acusações, e já prometeu uma resposta "arrasadora" face a uma eventual intervenção militar dos Estados Unidos.
Na terça-feira, Riade anunciou que se vai unir à coligação naval que os EUA tentam impulsionar no golfo Pérsico e justificada para garantir a segurança marítima no estreito de Ormuz, decisivo para o transporte de crude.