Cerca de mil pessoas marcaram presença esta sexta-feira no funeral do general Abdel Fatah Yunes, antigo fiel do regime líbio assassinado na quinta-feira em circunstâncias ainda por esclarecer.
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Um dia depois do falecimento de Yunes, que se tornou comandante militar dos rebeldes, o Conselho Nacional de Transição (CNT) continua sem dar novos dados sobre a morte do responsável ou sobre os assassinos.
Os homens mais próximos de Yunes, por sua vez, apontam o dedo à brigada rebelde Abu Obaida al Yara, comandada por Ahmed Abu Jatala, como possivelmente envolvida na sua morte.
O guarda-costas de Yunes, Abdullah Baio, disse à agência Efe que a brigada tinha sido encarregada de deter o comandante militar na quarta-feira passada.
De acordo com o que disse na quinta-feira o presidente do CNT, Mustafa Abdel Yalil, após anunciar a morte de Yunes, o comandante militar tinha sido convocado pelas autoridades para responder sobre assuntos relacionados com questões militares.
Já hoje um dirigente rebelde líbio responsabilizou Muammar Kadafi pelo assassínio do general Yunes, antigo fiel do regime que se tornou comandante militar dos rebeldes.
"A intervenção de Kadhafi é muito clara neste caso", disse o dirigente, citado pela agência France Presse sob condição de anonimato.
No passado recente, o regime de Tripoli fez várias vezes circular rumores sobre a morte do general Yunes, o que na opinião do dirigente citado pela agência demonstra que era esse o interesse de Kadhafi.
Mas um membro das forças especiais dos insurgentes líbios, Mohammed Agoury, acusou, por sua vez, alguns dos seus colegas pelo assassinato do chefe militar dos rebeldes.
Citado pela Associated Press (AP), Agoury disse que estava presente quando integrantes de uma facção rebelde, conhecida como Brigada dos Mártires de 17 de Fevereiro, foi até junto do centro de operações de Fatah Yunes, nos arredores de Benghazi, e levou o comandante.
A Brigada dos Mártires de 17 de Fevereiro é um grupo formado por centenas de civis que pegaram em armas quando começaram os confrontos contra Kadafi em Benghazi.
Os combatentes da brigada participaram em batalhas na linha de frente contra as tropas de Kadafi, mas também funcionam como uma força de segurança paramilitar para os rebeldes no leste da Líbia.
Alguns dos chefes da brigada têm origem no Grupo Combatente Islâmico Líbio, uma organização que em 1998 lançou uma campanha violenta para derrubar Kadhafi.
Agoury afirma que a Brigada dos Mártires de 17 de Fevereiro era contrária a Yunes, porque o chefe militar havia participado durante décadas do regime de Kadafi e participou também na repressão contra os islamistas líbios na década de 1990.
Abdel Fatah Yunes tinha sido ministro do Interior de Kadafi, tendo desertado para o movimento rebelde em Fevereiro.