Só este domingo foram detidas 4300 pessoas na Rússia, que protestaram em 30 cidades contra a invasão da Ucrânia. Desde o início da intervenção, já foram detidas 10 mil pessoas, segundo organizações não governamentais. Os protestos contra a guerra também voltaram a ocorrer por todo o mundo.
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Cerca de 4300 pessoas foram detidas, este domingo, na Rússia por participarem em manifestações contra a invasão da Ucrânia. As detenções ocorreram em 30 cidades russas num dia em que o mundo voltou a sair à rua para protestar contra a guerra iniciada por Vladimir Putin.
Apesar da intimidação das autoridades e da ameaça de prisão, os protestos continuam a ocorrer por toda a Rússia, muito motivados pelos apelos do opositor do regime de Putin, Alexei Navalny, que, a partir da prisão, tem pedido aos russos para se reunirem na praça principal da sua cidade para exigir a paz na Ucrânia. Este domingo, os protestos repetiram-se em 30 cidades.
Segundo a organização não governamental russa OVD-Infono, só em Moscovo foram detidas 1700 pessoas por terem participado em protestos contra a intervenção militar na Ucrânia. Mas, no total, terão sido 4300 os manifestantes que acabaram detidos pelas forças policiais. Desde o início da guerra, a 24 de fevereiro, já terão sido presas cerca de 10 mil pessoas na Rússia, denuncia a OVD-Infono.
Os protestos dos russos extravasaram, porém, as fronteiras do país. A comunidade russa saiu à rua em Montenegro, na Sérvia, e na capital italiana, Roma.
"Não quero ter nada a ver com o que a Rússia está a fazer no território da Ucrânia e no mundo", declarou Vladimir Nesimov, depois de queimar o seu passaporte, num protesto em Belgrado (Sérvia) e acrescentando: "Não quero ter qualquer responsabilidade moral ou física por algo que não depende de mim. Não quero ser cidadão daquele país".
A comunidade internacional também voltou a fazer ouvir a sua voz, com manifestações em cidades como Londres (Inglaterra), Telavive (Israel), Zagreb (Croácia), Sofia (Bulgária), Tóquio (Japão), Amesterdão (Holanda) e Paris (França).
Só no Reino Unido foram promovidos mais de 60 eventos contra a intervenção militar. Em Portugal, a Associação dos Ucranianos em Portugal pediu para que a bandeira ucraniana seja colocada nas janelas.