"Independência, independência", gritavam os manifestantes, em resposta aos apelos de vários partidos independentistas de Esquerda, sindicatos e movimentos nacionalistas signatários do acordo de Guernica, a 25 de Outubro de 2010. Neste acordo, pedia-se à ETA "o abandono definitivo da luta armada".
Corpo do artigo
A marcha foi convocada antes do anúncio da ETA, num apelo a "toda a sociedade, independentemente das cores políticas e identitárias".
Reconhecendo que "a paz é uma aspiração da maioria dos cidadãos", os organizadores da marcha defendem que uma paz "total, democrática e definitiva só poderá ser possível com o apoio e a participação da sociedade".
Juan José Sainz, reformado de 64 anos e antigo trabalhador do porto de Bilbau, disse, citado pela AFP, que saiu à rua para "apoiar" o processo actual: "O que existe em primeiro lugar é a falta de democracia. Os que estão na prisão, não por crime mas por delito de opinião, devem sair a todo o custo", afirmou.
"A situação não mudou. A única coisa [diferente] é que já não existe a ETA. O conflito do povo basco continua e esperamos que seja o início da solução do conflito", disse, por seu lado, Miren, mulher de 41 anos que preferiu não dar o apelido de família.
A ETA, organização separatista basca, anunciou na quinta-feira que "decidiu o fim definitivo da sua acção armada", depois de mais de meio século de violência e de ter causado a morte a 858 pessoas.