Centenas de milhares de pessoas manifestaram-se este sábado em várias capitais europeias - Londres, Paris, Berlim, Madrid - contra a ofensiva militar lançada há uma semana por Israel contra a Faixa de Gaza e que já fez mais de 400 mortos.
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Em Londres, mais de 10 mil pessoas manifestaram-se esta tarde no centro da cidade, formando uma das maiores marchas de protesto na capital britânica desde as grandes manifestações contra a guerra no Iraque.
Um porta-voz da polícia londrina indicou que entre 10 e 20 mil pessoas participaram no protesto. Segundo a Stop the War, organizadora da manifestação juntamente com a Campanha para a Palestina e a Iniciativa dos Muçulmanos Britânicos, os manifestantes eram mais de 60 mil.
A marcha partiu das margens do Tamisa para a central Trafalgar Square e, à passagem pelas grades que impedem o acesso à Downing Street, onde fica a residência do primeiro-ministro britânico, os manifestantes lançaram mais de mil sapatos velhos, imitando o gesto de um jornalista iraquiano que lançou os seus sapatos contra o presidente norte-americano em protesto pela atitude do governo britânico nesta crise. Cerca de duas mil pessoas manifestaram-se também em Manchester (noroeste de Inglaterra), perto de 600 na Escócia e em Edimburgo e 500 em Glasgow.
Em Paris, mais de 20 mil pessoas – 21 mil segundo a polícia e 25 mil segundo os organizadores - manifestaram-se na central Praça da República contra a ofensiva militar em curso e exigiram "sanções contra Israel".
A marcha parisiense foi organizada pelo Colectivo Nacional para uma Paz Justa entre Palestinianos e Israelitas, entidade que agrupa organizações, partidos políticos de esquerda e sindicatos. Na frente do cortejo seguiam dirigentes da Liga comunista Revolucionária e do Partido Comunista Francês.
Outras cidades francesas foram palco de manifestações contra os bombardeamentos na Faixa de Gaza, como Lyon (centro), onde se juntaram cerca de 10 mil pessoas, Marselha (sudeste), com cerca de 3.000 manifestantes, Nice (sudeste), entre 3.000 e 5.000, e numa escala menor Toulouse (sudoeste), Perpignan (sudoeste), Lille (norte) e Mulhouse (leste).
Berlim foi igualmente palco de uma manifestação que contou com cerca de 7.000 pessoas, bem como outras cidades alemãs: Duesseldorf (oeste), com cerca de 4.000 manifestantes, Frankfurt (oeste), com 5.000, e Karlsruhe (centro), com cerca de 1.000 pessoas.
Em Itália, Roma, Milão e Turim foram as cidades que se mobilizaram para protestar contra a situação actual no Médio Oriente. Em Roma, entre 2.000 e 3.000 manifestantes desfilaram pelo centro da cidade com bandeiras palestinianas e fotos de vítimas dos bombardeamentos israelitas, enquanto que em Milão mais de mil pessoas desfilaram pelo centro da cidade, algumas brandindo bandeiras onde era visível a Estrela de David sob uma cruz nazi. Alguns dos manifestantes desfilaram com sapatos nas mãos, em mais uma alusão ao jornalista iraquiano que lançou os seus a George W. Bush.
Madrid também foi palco de manifestações contra a operação militar israelita quando várias centenas de pessoas se concentraram junto às embaixadas dos Estados Unidos e de Israel, no centro da capital espanhola, numa marcha não autorizada em que reivindicaram uma nova intifada e o "fim do massacre em Gaza".
Este protesto realizou-se depois da dispersão pela polícia de uma manifestação em frente do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha, à qual assistiram, segundo os organizadores, cerca de 2.000 pessoas.
Na Grécia, palco de violentas manifestações e distúrbios nas últimas semanas realizou-se, este sábado, na capital, uma marcha de protesto contra a ofensiva israelita em Gaza que também degenerou em violência quando alguns dos manifestantes lançaram pedras e 'cocktails' molotov contra a polícia. Cerca de 5.000 pessoas desfilaram entre o centro de Atenas e a embaixada de Israel, um percurso de cerca de cinco quilómetros, exigindo o fim imediato dos bombardeamentos.
Amesterdão foi igualmente palco de uma manifestação contra a ofensiva israelita, que contou com a participação de 5.000 pessoas, segundo os organizadores, 1.500, segundo a polícia.Este protesto foi organizado por grupos de solidariedade com a Palestina, organizações de muçulmanos e movimentos de esquerda.