Cerca de três mil georgianos manifestaram-se nas ruas da capital, Tbilissi, contra a "anexação" por Moscovo das regiões separatistas da Ossétia do Sul e da Abkházia.
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Segundo a agência de notícias francesa AFP, os manifestantes mostravam cartazes onde se podia ler "Parem a Rússia" e gritavam "Geórgia!".
"Estamos aqui para mostrar que a política agressiva da Rússia não tem lugar no século XXI", disse uma das organizadoras da manifestação, Tamara Tchergoleichvili.
O presidente russo, Vladimir "Putin deve saber que nós nunca aceitaremos a ocupação russa", acrescentou uma das manifestantes, Elene Guerliani.
Na terça-feira o Ministério georgiano dos Negócios Estrangeiros acusou Moscovo de "ameaçar a paz e a segurança em toda a região" no sul do Cáucaso ao por em prática uma "agressão insidiosa" conta a Geórgia.
Tbilissi diz que guarda-fronteiras russos mudaram na semana passada as linhas de fronteira entre a Geórgia e a república separatista georgiana da Ossétia do Sul, colocando-as a 450 metros da principal autoestrada do país, que liga o leste ao oeste, e aumentando assim o território da Ossétia.
Ainda de acordo com as autoridades da Geórgia parte do oleoduto que liga Baku (capital do Azerbaijão) ao porto georgiano de Soupsa, no mar Negro, está agora na Ossétia do Sul, onde estão estacionados desde 2008 milhares de soldados russos.
O oleoduto, com 830 quilómetros e com capacidade para cerca de 100 mil barris de petróleo por dia, é destinado aos mercados europeus.
Além dos militares na Ossétia do Sul, Moscovo também criou bases militares na Abkhazia, outra república separatista georgiana. Tbilissi classifica de "ocupação" a presença russa nas duas regiões, que representam cerca de 20% da totalidade do território.