Spencer Stone, o primeiro militar norte-americano a enfrentar o atirador que atacou os passageiros de um comboio que ligava Amesterdão a Paris, está colocado na Base das Lajes, nos Açores. Amigos dizem que é um herói.
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Spencer Stone é furriel da Força Aérea norte-americana e encontra-se destacado na Base das Lajes, nos Açores. É um dos militares norte-americanos que, esta sexta-feira, e em conjunto com dois amigos e um outro passageiro, arriscou a vida e conseguiu impedir um tiroteio num comboio em França.
Estava de férias pela Europa com amigos quando o comboio em que seguiam foi atacado. Contam os colegas, foi fundamental para evitar o pior. "Ouvimos o barulho e o Spencer levantou-se imediatamente e correu até lá", garantiu Anthony Sadler, um dos amigos.
Stone atacou o atirador, que o cortou com um x-ato diversas vezes e quase lhe tirou um polegar. Stone conseguiu dominar o atacante e ainda ajudou um dos passageiros, que estava a sangrar do pescoço, esquecendo as próprias feridas.
"Estou muito orgulhoso do meu amigo. Ele reagiu de forma tão rápida e corajosa. Apesar de estar ferido, ainda ajudou outro homem. Se não fosse a ajuda dele, o homem teria morrido", garante Sadler.
O soldado baseado nos Açores foi, inicialmente, transportado para um hospital em Lille, especializado em tratar ferimentos nas mãos. Teve alta este sábado à tarde e juntou-se aos amigos em Arras, onde recebeu agradecimentos do presidente dos EUA, Barack Obama, via telefone.
Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, a mãe de Spencer Stone explicou que o filho sempre quis ser militar. Joyce Eskel garante que não está surpreendida com a coragem do filho, que interveio para proteger os restantes passageiros.
"Ele é mesmo assim. Não fiquei nada surpreendida. Às vezes isso aflige-me, mas sinto-me felizarda por ele ser desta maneira", diz.
Quem também não ficou surpreendido com as ações de Stone foi o seu comandante do destacamento, o coronel Richard Sheffe. "Estes são os atos de um dedicado soldado, que respondeu à chamada e fez o que tinha de ser feito para fazer a diferença", diz.