O Ministério Público (MP) de Espanha mandou investigar o caso de um sindicalista que acusa a polícia política do regime de Franco de o ter torturado no início dos anos 70.
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Carlos Vallejo, um dos principais rostos da oposição contra o regime de Franco, fez uma denúncia no tribunal de investigação de Barcelona em que diz ter sido vítima de tortura nos calabouços da Polícia política na Catalunha, avança o diário espanhol "El País".
O sindicalista esteve detido duas vezes pela sua atividade política e terá sido tratado de forma degradante e humilhado, segundo o mesmo jornal.
A decisão do MP surge no âmbito da Lei da Memória Democrática, que prevê que o Estado tem o "dever de investigar as violações do direito internacional" durante o período em que o país foi governado pelo ditador Franco, explica o "El País".
Depois de analisar o quadro jurídico, os magistrados concluíram que "se deve investigar os factos e o seu contexto" antes de decidir o rumo da investigação. Neste sentido, o MP relembra que, para além do direito à justica, existe também o direito à verdade e ao reconhecimento das vítimas.
A queixa foi apresentada através da organização de defesa dos direitos humanos Irídia contra seis polícias. Os visados são Vicente Juan Creix, chefe comissário da esquadra, Genuino Navales, comissário, e quatro inspetores.
A Irídia considera que o Estado tem "o dever de investigar os crimes", de "identificar e indemnizar as vítimas " e lamenta que não se tenha feito mais cedo uma "sólida investigação dos crimes do franquismo".