O ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, descreveu, esta sexta-feira, como "crítica" a situação pandémica na Alemanha, onde a incidência da covid-19 subiu pelo nono dia consecutivo, prevendo numerosos surtos de contágio em todo o país nos próximos dias.
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"Temos uma situação que eu descreveria como crítica", disse Lauterbach durante uma conferência de imprensa com o presidente do Instituto Robert Koch (RKI), Lothar Wieler, e o diretor da Clínica de Reabilitação Median, em Heiligendamm, Jördis Frommhold, para analisar a evolução da pandemia no país.
A Alemanha registou o segundo maior número de novas infeções desde o início da pandemia, com 252 836 positivos em 24 horas, contra 217 593 há uma semana e depois do recorde de 262 752 casos na quinta-feira. A incidência acumulada aumentou para 1439,0 novas infeções por 100 mil habitantes em sete dias, contra 1388,5 um dia antes e 1196,4 há uma semana, de acordo com os dados atualizados hoje pelo Instituto Robert Koch, que estima o número de casos ativos em cerca de 3 479 100.
O número de mortos de ou com a covid-19 em 24 horas totalizou 249, menos que os 291 da passada sexta-feira.
O presidente do Instituto Robert Koch adiantou que nas últimas quatro semanas morreram mais de 4200 pessoas devido à doença covid-19 e atualmente morrem mais de mil por semana, "com uma tendência crescente", sendo 86% das mortes de pessoas com mais de 70 anos. "A situação é objetivamente muito pior do que se pensa", havendo uma tendência para pensar que a pandemia já foi ultrapassada, avisou o ministro alemão.
O ministro defendeu, no entanto, o plano para flexibilizar as medidas destinadas a prevenir contágios, que na próxima semana desaparecerão na maioria, mantendo-se apenas medidas básicas, principalmente testes e máscaras para grupos vulneráveis e testes em escolas e jardins-de-infância, e a reforma da lei para a proteção contra doenças infecciosas.
Exortou, neste contexto, as autoridades regionais a prepararem o mais rapidamente possível as opções oferecidas pela lei para a proteção contra doenças infecciosas, porque, avisou, "em questão de dias" haverá focos de contágio em muitos Länder (estados federados).
O progresso contínuo da subvariante BA.2 da ómicron já representa, segundo as autoridades alemãs, cerca de 50% dos casos de contágio, contra 38% registados há uma semana.