O Ministério da Defesa de Moçambique justificou este domingo com a "falta de credenciais" a agressão, na quinta-feira, de militares a dois jornalistas do canal TIM, que cobriam confrontos entre exército e população, nos arredores de Maputo.
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O incidente ocorreu no bairro de Mahlampsene, município da Matola, província de Maputo, na sequência de disputa de terras entre a população e os militares que se encontravam no local.
Os jornalistas da TIM Alexandre Rosa e Cláudio Timana foram agredido por militares, tendo o primeiro ficado gravemente ferido.
Um comunicado de imprensa do MDN, citado hoje pela Agência de Informação de Moçambique (AIM), acusa um grupo de populares de ter "invadido a área de Servidão Militar da Escola de Comunicações das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) no dia 6 de novembro", alegando ter direito de uso e aproveitamento de terra naquele quartel.
O mesmo grupo iniciou a construção de habitações no local, segundo o documento.
"Perante a situação, o Comando da Unidade embargou as obras e mandou recolher o material de construção", diz o MDN.
"Entretanto, a população em causa, não satisfeita com a posição das FADM, decidiu recorrer a manifestação violenta, usando objetos contundentes para agredir os militares em guarnição, pelo que os militares tiveram que recorrer ao uso da força para impedir a invasão do quartel pelos populares", indica o comunicado.
O comunicado refere ainda que a equipa da TIM, convidada para o local pelos populares, "foi impedida de fazer cobertura por falta de credencial, tratando-se de uma unidade militar".
De acordo com a fonte, no dia seguinte, 07 de novembro, o mesmo grupo de populares, constituído por cerca de 200 pessoas, voltou a "criar distúrbios" no recinto do quartel e, mais uma vez, "os militares dispersaram os manifestantes". E, à semelhança do dia anterior, a equipa da TIM fez-se ao local e "voltou a fazer filmagens sem estar credenciada para o efeito".
O MDN refere que os militares proibiram a realização de filmagens no interior da zona de servidão militar e, "face à resistência", a situação saiu do controlo de guarnição do quartel, tendo culminado com atos de violência física entre os populares, militares e a equipa da TIM".
O comunicado indica que o Estado-Maior General das FADM criou uma comissão de inquérito para apurar a veracidade dos factos ocorridos "de forma a permitir a tomada de medidas convenientes".