A morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aos 58 anos, é, esta quarta-feira, o principal destaque nas primeiras páginas da imprensa europeia e internacional, que refere também o anúncio de realização de eleições, no prazo de 30 dias.
Corpo do artigo
"Doença derrota Chávez", escreve o "El País", que publica artigos e análises com títulos como "O crepúsculo de um caudilho avassalador" e "O golpista que triunfou nas urnas".
A primeira página do "ABC" destaca "Morreu Chávez", acrescentando "Apagou-se a estrela do caudilho bolivariano" e "Um grande ego que resistiu a deixar o poder para se curar". Um dos artigos publicados afirma: "Nasceu golpista, morreu ditador".
O "El Mundo" destaca que (o vice-presidente Nicolás) "Maduro transforma morte de Chávez em assassínio imperialista". O título do obituário nas páginas interiores é: "O camaleão que quis ser (Símon) Bolívar".
O diário "El Razón" destaca na manchete "Chávez, morte do caudilho". Esta mensagem foi repetida pela imprensa italiana, que fala do "Adeus ao caudilho antiEUA" ("Il Messaggero"), "Adeus ao caudilho da América do Sul" ("La Repubblica") ou "O último caudilho" ("Corriere della Sera").
Em França, o "Le Figaro" destaca o poder energético da Venezuela e recorda que "Chávez deixa uma economia 'petróleodependente'", enquanto o "Le Monde" abre com o título "Chávez morreu, o exército destacado para 'garantir a paz'".
"Angústia e medo depois da morte de Chávez" na Venezuela é a opinião do britânico "The Times", e o "The Telegraph" afirma que "O presidente Hugo Chávez morreu e deixou o país em crise".
Os alemães "Spiegel" e "Frankfurter Allgemeine" destacam a morte de Chávez, com este último a publicar, entre outros, um artigo com o título a "Revolução Bolivariana: a Venezuela sob o presidente Chávez". Também o "Bild" e o "Die Welt" chamam à capa a morte do "Presidente Comandante".
A televisão RT da Rússia, um dos aliados da Venezuela, afirma ser provável que "o socialismo do século XXI, defendido por Chávez, sobreviva a esta morte", acrescentando: "Adeus Chávez: a Venezuela perde a maior 'fonte de energia'".
O "Komsomolskaya Pravda" publica, na edição digital, uma fotografia de Chávez, e destaca as palavras de Nicolás Maduro, ao anunciar a morte: "Comandante, onde quer que esteja, obrigado, mil vezes obrigado".
O norte-americano "The Washington Post" afirma que "O soldado outrora cúmplice que sonhava com a revolução chegou a ser o líder de uma das maiores potências petrolíferas mundiais".
Já o "The New York Times" indica que "O presidente Hugo Chávez ficou conhecido pelos grandes discursos e ataques audazes. Um orador excecionalmente dotado que tinha a atenção dos 'media'", e lembra a forma como usou "as reservas de petróleo do país" para consolidar "o poder".
No Japão, o diário "Yomiuri" qualifica Chávez de "Antinorte-americano e esquerdista", enquanto o económico Nikkei sublinha "Carismático e popular, embora tenha parado a política do país".
A agência noticiosa oficial síria Sana destaca que "Maduro anuncia a morte do presidente Hugo Chávez (...) depois de dois anos de luta contra o cancro", enquanto a televisão Press TV difundiu as imagens do anúncio do vice-presidente venezuelano.