O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, acusou, esta quarta-feira, a Ucrânia de "crimes de guerra" citando a descoberta, pelos separatistas russos de Donetsk, de mais de 400 cadáveres em valas comuns.
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"É uma tragédia horrível, um crime de guerra evidente. Já se encontraram mais de 400 cadáveres em valas perto de Donetsk. Esperamos que as capitais ocidentais não calem estes factos", disse Lavrov em conferência de imprensa.
O ministro russo qualificou como "artificiais" declarações do governo ucraniano assegurando a realização de "uma investigação completa, aberta e imparcial assim que for recuperado o controlo dessas zonas", e afirmou que "os crimes ocorreram claramente quando essas zonas eram controladas pelo exército ucraniano".
Serguei Lavrov disse que a Rússia informou a ONU, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e o Conselho da Europa da descoberta das valas comuns e manifestou a expetativa de estas organizações assumirem uma "postura clara, imparcial e objetiva".
Os separatistas pró-russos de Donetsk, bastião separatista no leste da Ucrânia, anunciaram esta semana a descoberta de uma vala comum com cerca de 30 cadáveres de civis na localidade de Temlanovsk e outras duas, dentro de uma mina, com cinco milicianos e quatro civis.
Também segundo os separatistas, cerca de 400 cadáveres, na maioria de civis, foram encontrados em várias valas comuns e levados para morgues da região de Donetsk, onde permanecem.
As autoridades ucranianas anunciaram por seu lado ter descoberto três valas comuns na cidade de Slaviansk, na mesma região, controlada pelos separatistas até julho.