A Rússia acusou esta quarta-feira a Ucrânia de "boicotar as iniciativas de paz", após a primeira conversa telefónica desde o início do conflito entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping.
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"As autoridades ucranianas e os seus aliados ocidentais já demonstraram capacidade para boicotar as iniciativas de paz", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, num comunicado, depois de notícias sobre o diálogo entre Zelensky e Xi.
O presidente ucraniano informou que teve uma conversa "longa e significativa" com Xi Jinping, um influente aliado de Moscovo, com quem, há vários meses, admitiu querer dialogar.
Oficialmente, a China afirma ser neutral neste conflito, mas Xi Jinping nunca condenou a ofensiva russa e mostrou apoio a Vladimir Putin em diversos momentos recentes.
No comunicado hoje divulgado, Moscovo também disse que assinalou a disposição da China em "se esforçar para estabelecer um processo de negociação" entre a Rússia e a Ucrânia, mas criticou Kiev por "rejeitar qualquer iniciativa sensata destinada a uma solução política e diplomática para a crise".
A diplomacia russa alega que a Ucrânia emitiu "ultimatos com exigências reconhecidamente irrealistas" e "rejeitou repentinamente" uma primeira versão de um acordo de paz, em 2022, pouco tempo depois do início da intervenção militar russa.
Volodymyr Zelensky tem acusado repetidamente a Rússia de fazer ultimatos e assegurou que não negociará diretamente com Vladimir Putin até que Moscovo retire as suas tropas da Ucrânia, insistindo na devolução de todos os territórios ocupados pelo exército russo, incluindo a Crimeia, anexada em 2014.
"Qualquer apelo à paz dificilmente pode ser adequadamente percebido por fantoches controlados por Washington", acusou a diplomacia russa, no comunicado hoje divulgado.