A Rússia condenou o que chamou "cinismo" e "arrogância inadmissível" de Washington, um dia depois das críticas do departamento de Estado norte-americanao, que enumerou "dez afirmações erradas" do presidente russo sobre a crise ucraniana.
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A divulgação desses argumentos "peca não tanto pela sua deformação primitiva da realidade quanto pelo seu cinismo", declarou o ministério dos Negócios Estrangeiros russo em comunicado.
"Nós não vamos descer a uma discussão sobre uma propaganda de baixo nível. Mais uma vez, confrontamo-nos com uma arrogância inadmissível e com pretensões de serem detentores da verdade", acrescentou.
"Os Estados Unidos não têm o direito de dar lições de moral sobre o cumprimento de normas internacionais e o respeito da soberania de outros países", sublinha o MNE russo no comunicado.
"O que é que se passou no bombardeamento da ex-Jugoslávia ou na intrusão no Iraque sob falsos pretextos?", perguntou o ministério.
O departamento de Estado norte-americano condenou na quarta-feira a posição defendida por Vladimir Putin na questão ucraniana, refutando ponto por ponto as suas "dez afirmações erradas" e referindo-se a um "romance" do Presidente russo, chegando mesmo a evocar o escritor russo Fiodor Dostoievski.
"A Rússia conta histórias falsas para justificar os seus atos ilegais na Ucrânia, e o mundo não via ficção russa assim tão surpreendente desde que Dostoievski escreveu 'Dois vezes dois são cinco também é uma coisa encantadora'", escreveu a diplomacia norte-americana, citando uma frase dos 'Cadernos do Subterrâneo' do autor russo.
O departamento de Estado enumerou dez afirmações de Putin "que justificam a agressão russa à Ucrânia, seguidas dos factos que essas afirmações ignoram ou deformam".