Os pilotos do voo AF 447, da Air France, que se despenhou no oceano Atlântico a 1 de Junho de 2009, esforçaram-se durante mais de quatro minutos para manter os controlos do avião. A queda - a uma velocidade vertiginosa - levou três minutos e 30 segundos, segundo a leitura das caixas-negras feita pelos investigadores franceses.
Corpo do artigo
Numa nota distribuída, esta sexta-feira, pela BEA (Escritório de Investigação e Análise para a Segurança da Aviação Civil, de França), os investigadores revelam que os pilotos, após entrarem numa zona de turbulência, viram exibidas duas velocidades diferentes durante menos de um minuto, uma das quais indicando uma quebra brutal da velocidade.
Após dois minutos do início dos problemas, o avião começou a perder altitude, deixando os 35 mil pés (cerca de 10 mil metros) a que se encontrava e caindo a uma velocidade de 10 mil pés (3 mil metros) por minuto.
Aquando do início dos acontecimentos, o comandante estava a descansar, estando os controlos do avião entregues aos dois co-pilotos. Contudo, o comandante regressou ao cockpit um minuto e meio depois de o piloto automático ter sido desligado.
Com o piloto automático desligado, o Airbus ainda chegou a subir até a 38 mil pés (11,5 mil metros). Contudo, o alarme de perda de altitude disparou e o avião começou cair.
Os investigadores confirmaram, ainda, que até à queda do avião os motores funcionaram e responderam aos comandos da tripulação.
Estas foram as primeiras notas oficiais extraídas da análise das caixas-negras. Contudo, o relatório final sobre as causas do acidente - que originou a morte de 228 pessoas, num voo que ligava o Rio de Janeiro a Paris - só deverá ser divulgado no final de Julho.
Inicialmente, o BEA não previa divulgar informações a respeito das investigações antes que estas fossem totalmente concluídas, mas a ampla cobertura mediática provocou uma mudança de planos.
Entre as muitas informações "extra oficiais" adiantadas pela imprensa, a última foi publicada pelo jornal alemão "Der Spiegel", que noticiou que o piloto da aeronave não estava na cabine no momento em que soou o primeiro alarme, como se confirmou agora.
Na semana passada, o jornal francês "Le Figaro" noticiou que no decurso das investigações tinham sido encontrados indícios de que o acidente ocorrera em função de erros dos pilotos. Na ocasião, o BEA emitiu uma nota oficial que desmentia a informação e não volta a abordar o assunto.
Na terça-feira, as autoridades francesas informaram as famílias das vítimas que 29 corpos foram resgatados desde o reinício das operações de resgate, a 21 de Maio.