
A mulher foi detida esta semana juntamente com outros quatro suspeitos
Foto: Julien de Rosa / AFP
Uma mulher de 38 anos foi presente a um juiz este sábado na sequência do roubo de joias do Museu do Louvre, em Paris, e ficou em prisão preventiva. A mulher tinha sido detida esta semana, juntamente com outros quatro suspeitos.
A suspeita, que reside no subúrbio de La Courneuve, a norte de Paris, foi acusada de cumplicidade em furto organizado e de conspiração criminosa com vista à prática de um crime.
Segundo a AFP, a mulher estaria visivelmente emocionada durante o julgamento e disse temer pelos filhos e por ela própria. A pedido da acusação, a audiência prosseguiu à porta fechada. O juiz justificou a detenção da mulher alegando um "risco de conluio" e "perturbação da ordem pública".
Adrien Sorrentino, advogado da mulher, afirmou que a cliente nega "veementemente" as acusações. "Ela está devastada", disse aos jornalistas. "Este é um roubo espetacular, e a decisão que acaba de ser tomada é espetacular: uma jovem foi colocada em prisão preventiva apesar de se presumir ser inocente", concluiu.
Um homem de 37 anos também foi acusado no caso, este sábado. Enfrenta a acusação de furto organizado e conspiração criminosa com vista à prática de um crime. Já era conhecido das autoridades por crimes de furto anteriores e foi colocado em prisão preventiva a aguardar uma audiência nos próximos dias.
A procuradora de Paris, Laure Beccuau, informou que os dois acusados este sábado foram detidos na quarta-feira, juntamente com outras três pessoas. Os outros três já foram libertados sem acusações. Assim, sobe para quatro o número de pessoas acusadas pelo roubo do Louvre.
"Ambos negaram qualquer envolvimento nos acontecimentos", disse Beccuau.
Este sábado de manhã, vários suspeitos compareceram perante juízes num tribunal de Paris. O Ministério Público de Paris não especificou o número de suspeitos levados a tribunal.
Libertados sem acusações
Três das cinco pessoas detidas esta semana foram libertadas sem acusação.
"Nestes casos de crimes graves, constatamos que as detenções se assemelham mais a redes de pesca", disse a advogada de um dos suspeitos libertados, Sofia Bougrine, à AFP, aludindo à natureza indiscriminada de algumas detenções.
Os dois primeiros homens detidos - suspeitos de serem os dois ladrões que invadiram a galeria, enquanto dois cúmplices aguardavam no exterior - foram acusados de roubo e conspiração criminosa depois de "admitirem parcialmente as acusações", disse a procuradora de Paris, Laure Beccuau, esta semana.
Um deles é um cidadão argelino, de 34 anos, identificado através de vestígios de ADN encontrados numa das scooters usadas na fuga após o assalto. O outro é um taxista clandestino de 39 anos. Ambos residem no subúrbio parisiense Aubervilliers e já eram conhecidos da polícia por terem cometido furtos.
O primeiro foi detido quando se preparava para embarcar num voo para a Argélia, no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. O segundo foi detido pouco depois, perto da sua casa, e não havia indícios de que estivesse a planear viajar para o estrangeiro, disseram os procuradores.
Joias por recuperar
No mês passado, ladrões armados com ferramentas elétricas invadiram o Louvre, o museu de arte mais visitado do Mundo, em plena luz do dia, e demoraram apenas sete minutos a roubar joias avaliadas em cerca de 102 milhões de dólares.
As autoridades francesas anunciaram inicialmente a detenção de dois suspeitos e, esta semana, os procuradores adiantaram que a polícia deteve mais cinco pessoas, incluindo um dos principais suspeitos. As detenções ocorreram em Paris e arredores, particularmente em Seine-Saint-Denis.
As oito joias roubadas continuam desaparecidas. "Continuo confiante de que conseguiremos encontrá-las", declarou o ministro do Interior, Laurent Núñez, ao jornal francês "Le Parisien".
Entre elas, estão um colar de esmeraldas e diamantes que Napoleão I ofereceu à sua segunda mulher, a imperatriz Maria Luísa, e uma tiara que pertenceu à imperatriz Eugénia, com quase 2000 diamantes.
Ao fugirem, os ladrões deixaram cair uma coroa de diamantes e esmeraldas que pertenceu à imperatriz Eugénia, mulher de Napoleão III.
