
Assaltantes usaram um elevador de carga para aceder em poucos minutos ao interior do Museu do Louvre
Foto: Mohammed Badra/EPA
A empresa Böcker, fabricante do elevador de carga usado no assalto milionário ao Museu do Louvre, reagiu com humor e transformou o incidente num anúncio viral. A polícia francesa já deteve vários suspeitos ligados ao roubo das joias napoleónicas.
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O roubo das joias napoleónicas da Coroa francesa, avaliado em 88 milhões de euros, deixou Paris em sobressalto, mas, na Alemanha, a marca de elevadores Böcker encontrou no crime uma forma inesperada de brilhar. A fabricante do equipamento usado no assalto ao Museu do Louvre aproveitou o momento com humor e uma reação rápida a seu favor.
Segundo a procuradora de Paris, Laure Beccuau, o golpe ocorreu no dia 19 de outubro, domingo, por volta das 9.30 horas . Quatro indivíduos não armados, mas munidos de rebarbadoras, estacionaram um camião com uma plataforma elevatória junto ao edifício e subiram até um terraço para forçar a entrada na Galeria de Apolo. Em apenas sete minutos, fugiram com oito peças valiosas, incluindo diademas, colares e uma coroa pertencente à imperatriz Eugénie, esposa de Napoleão III.
Humor e marketing após o choque
Um dia depois do crime, já com a confirmação de que ninguém tinha ficado ferido, a Böcker decidiu reagir com ironia. A empresa publicou nas redes sociais uma imagem do seu elevador junto ao Louvre, com o slogan: "Quando é preciso agir depressa, o Böcker Agilo transporta os seus tesouros até 400 kg a 42 m/min, silencioso como um sussurro".
À AFP, o diretor-geral, Alexander Böcker, explicou que a publicação quis "acrescentar um toque de humor" à situação. "O crime é, claro, absolutamente censurável, isso está-nos perfeitamente claro. Mas foi uma oportunidade para usarmos o museu mais famoso e mais visitado do mundo para ganhar alguma atenção para a nossa empresa", afirmou.
A reação online não se fez esperar. "Este pode ser o melhor anúncio que vi este ano!", escreveu um utilizador. Outro comentou: "A vossa mensagem leva a coroa."
A empresa esclareceu que o equipamento tinha sido vendido há vários anos a uma empresa francesa de aluguer, à qual os assaltantes terão pedido emprestado o elevador, simulando uma demonstração falsa dias antes do crime.
Detenções e peça recuperada
Até agora, sete suspeitos foram detidos na sequência do roubo ao Museu do Louvre. Dois foram capturados no fim de semana: um no aeroporto Charles-de-Gaulle, quando se preparava para embarcar para a Argélia, e outro na periferia de Paris, na região de Seine-Saint-Denis. Esta quarta-feira, mais cinco pessoas foram detidas em diferentes locais da área metropolitana da capital.
A procuradora-geral de Paris, Laure Beccuau, afirmou à rádio RTL que um dos suspeitos foi ligado ao crime através de provas de ADN e que os restantes poderão "dar informações sobre como tudo aconteceu". Para já, acrescentou, "é cedo para descrever os seus perfis".
As investigações recolheram vestígios de ADN e impressões digitais deixadas pelos assaltantes em luvas, coletes e ferramentas elétricas. Uma das joias, a coroa imperial da imperatriz Eugénie, foi encontrada danificada fora do museu.
O presidente francês, Emmanuel Macron, reagiu no X: "O roubo cometido no Louvre é um ataque a um património que prezamos porque é a nossa História. Vamos recuperar as peças e os autores serão levados à justiça."

