Não há portugueses entre as vítimas do atentado suicida que, esta quinta-feira, fez pelo menos 15 mortos e 20 feridos num café do centro de Marraquexe, em Marrocos, habitualmente frequentado por turistas, afirmou ao JN a Embaixada de Portugal.
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"Entre as vítimas encontram-se pessoas de diferentes nacionalidades", precisaram fontes médicas e responsáveis oficiais citados pela agência France Presse.
O balanço inicial do atentado foi estabelecido por um porta-voz governamental em 14 mortos, 11 dos quais estrangeiros, e 20 feridos. Fontes policiais citadas pela agência espanhola EFE indicaram que o ataque fez 18 mortos, nove dos quais estrangeiros, e 20 feridos. O balanço é provisório, uma vez que ainda estão corpos por identificar.
Não foram reveladas até ao momento as nacionalidades dos estrangeiros mortos. Mas a Embaixada portuguesa avançou ao JN que a maioria será francesa.
"Quinze pessoas perderam a vida neste atentado, incluindo seis franceses", segundo o canal estatal de televisão 2M, com sede em Casablanca.
"Acto terrorista"
Um alto responsável do Ministério do Interior confirmou estas informações e anunciou "a abertura de um inquérito para determinar as circunstâncias desta explosão". Inicialmente, o mesmo funcionário tinha evocado uma causa "acidental".
"Trata-se de um acto terrorista, um acto criminoso deliberado. Marrocos está confrontado com as mesmas ameaças registadas em Maio de 2003 e vai enfrentá-las com vigilância e voluntarismo", assegurou o ministro da Comunicação, Khalid Naciri, citado pela agência France Presse.
Os atentados de Casablanca, perpetrados em 16 de Maio de 2003 em Casablanca por extremistas islâmicos vitimaram 45 pessoas, incluindo 12 bombistas suicidas.
A explosão ocorreu no café Argana, situado na célebre praça Jamaa el-Fna, muito frequentada por turistas. Uma testemunha contactada por telefone referiu que "todo o primeiro andar do café Argana foi afectado pela explosão", um local "onde os turistas podiam obter uma visão panorâmica da praça".
A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) informou entretanto que não há registo de qualquer vítima que seja cliente de agências ou operadores seus associados.
Incapaz de confirmar quantos turistas portugueses estão, neste momento, em Marraquexe, a APAVT garantiu, no entanto, que ninguém solicitou a antecipação do regresso.