Várias centenas de simpatizantes do "sim" no referendo escocês mantiveram-se até ao amanhecer, em frente ao parlamento de Edimburgo. Esperançosos, ainda acreditavam na vitória da independência escocesa.
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"Estou aqui porque acredito na democracia e quero que a Escócia seja um país independente", grita uma activista, professora de Economia Política e Sociologia, na Universidade de Edimburgo, que votou "sim" no referendo. "É um momento muito importante para reconhecer que os povos precisam de se governar a si próprios e de conseguir autodeterminação", afirmou Sharon Cohen, também docente, na área do Direito, na Universidade de Edimburgo, ao JN. Ambas se juntaram aos festejos por um resultado que não veio a concretizar-se.
"Gostaríamos que a Escócia tivesse a sua identidade nacional e soberania sobre o seu território", afirmou a professora de Direito, numa altura em que os resultados das primeira contagens já indicavam que a união histórica, com mais de três séculos, iria manter-se.
"Mesmo que sem vencermos, eles vão ter que lidar com esta grande questão, que é a mobilização de mais de 2 milhões de pessoas que querem ver a Escócia como um país independente", disse Sharon Cohen, advertindo que "mesmo os que votaram não, querem mais poderes para a Escócia".
Ao início da manhã, a vida regressou ao normal. A caminho do posto de trabalho, um funcionário do City Council afirmou ao JN que por sua vontade teria votado pela independência, mas faltou-lhe "informação" para poder decidir-se pelo "sim".
"Eles não responderam a questões básicas sobre o futuro económico e financeiro da Escócia", afirmou, considerando que a permanência no Reino Unido lhe dá mais garantias "do ponto de vista económico, da segurança, do emprego e das pensões de reforma".
No entanto, o argumento da melhoria das condições sociais é também utilizado pelos defensores do sim, os quais aguardavam que a independência lhes trouxesse mudança nu nível de vida que anseiam.
"Os ingleses vão ficar com o nosso petróleo e todos os proveitos que seriam para a Escócia. Vamos perder uma fortuna. Este país vai perder uma fortuna", afirmou um taxista ao JN. Partidário da independência, assegurou que "a campanha para o próximo referendo começa desde já. Perdemos, mas vamos voltar".