A NATO apelou, este domingo, ao diálogo entre Rússia e Ucrânia em busca de uma "solução pacífica" da crise e exortou ao envio urgente de observadores internacionais para a região da Crimeia, anunciou o seu secretário-geral Anders Fogh Rasmussen.
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Os 28 embaixadores dos Estados-membros da organização aliada, que se reuniram durante nove horas no quartel-general em Bruxelas, também indicaram que a Aliança deverá dialogar com a Rússia através do Conselho NATO-Rússia, um instrumento de cooperação.
De acordo com o responsável aliado, o envio de observadores seria efetuado "sob os auspícios do Conselho de Segurança das Nações Unidas ou da OSCE" (Organização para a Cooperação e a Segurança na Europa).
Uma parte da reunião decorreu na presença do representante da Ucrânia, país com o qual a NATO assinou uma parceria, à semelhança da firmada com a Rússia.
Rasmussen precisou que diversos países-membros pediram uma reunião NATO-Rússia.
"Condenamos a escalada militar russa na Crimeia", disse, após a reunião. "A ação militar contra a Ucrânia pelas forças russas é uma violação da lei internacional e contraria os princípios do Conselho NATO-Rússia e da Parceria para a paz", um projeto da NATO com os países da ex-URSS.
"Apelamos à Rússia para reduzir a tensão. Apelamos à Rússia para que honre os seus compromissos internacionais, remete as suas forças às bases e não interfira noutros locais da Ucrânia", acrescentou.
A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após a queda do ex-presidente Ianukovich, por causa da Crimeia, península do sul do país onde se fala russo e está localizada a frota da Rússia do Mar Negro.
A câmara alta do parlamento russo aprovou, no sábado, por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin para autorizar "o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia".
Esta decisão surgiu um dia depois da denúncia da Ucrânia de que a Rússia fez uma "invasão armada" na Crimeia.
O presidente norte-americano, Barack Obama, telefonou a Vladimir Putin a quem pediu para fazer recuar as forças russas para as bases na Crimeia, advertindo-o contra um isolamento internacional crescente, se mantiver a intervenção na Ucrânia.
A administração norte-americana fez igualmente saber, em comunicado oficial, que decidiu suspender a sua participação nas reuniões preparatórias da cimeira do G8 (Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Japão e Rússia).
Por seu lado, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, exortou a Rússia a renunciar ao envio de tropas em direção à Ucrânia e respeitar as leis e compromissos internacionais.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da União Europeia vão reunir-se de urgência, na segunda-feira, para analisar a situação na Ucrânia.