Um navio que atravessava o Golfo de Aden foi atingido, esta segunda-feira, por um míssil, declarou a agência britânica de segurança marítima, que supervisiona a navegação no Médio Oriente.
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Segundo a agência de Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido (UKMTO, sigla em inglês), ligada à Marinha britânica, o "incidente" ocorreu a cerca de 95 milhas náuticas a sudeste da cidade iemenita de Aden, acrescentando que "o capitão relatou que o lado bombordo do navio foi atingido por um míssil".
"As autoridades estão a investigar. Os navios são aconselhados a navegar com cautela e a informar qualquer atividade suspeita às UKMTO, que faz parte da Marinha Real", sublinhou a entidade na rede social X [antigo Twitter].
As empresas de segurança privada Ambrey e Dryad Global disseram entretanto à agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) que o navio era o "Eagle Gibraltar", com bandeira das Ilhas Marshall.
O navio é propriedade da Eagle Bulk, uma empresa sediada em Stamford, Connecticut, e cotada na Bolsa de Valores de Nova Iorque. A empresa não respondeu a repetidos pedidos de comentário.
Os dados de rastreio por satélite analisados pela AP mostraram que o Eagle Gibraltar se dirigia para o Canal do Suez, mas deu rapidamente meia volta no momento do ataque.
A 5ª Frota da Marinha dos EUA, sediada no Médio Oriente, não respondeu a um pedido de comentário.
Os rebeldes Huthis do Iémen não reconheceram qualquer ataque, apesar de já terem disparado mísseis nessa área.
Pouco depois do ataque, uma nova ronda de ataques aéreos atingiu o aeroporto de Al Hodeida, cidade portuária controlada pelos rebeldes xiitas apoiados pelo Irão, disseram à agência de notícias espanhola Efe testemunhas do bombardeamento.
De acordo com as testemunhas, ouviu-se uma "grande explosão" perto do aeroporto de Al Hodeida, na costa do Mar Vermelho, um dos principais locais utilizados pelos Huthis para lançar projécteis contra navios comerciais que transitam por esta via marítima estratégica.
Na sexta-feira, Estados Unidos e Reino Unido bombardearam posições do movimento no Iémen, causando cinco mortos, no âmbito da resposta dos dois países ocidentais aos ataques dos rebeldes Huthis contra navios no Mar Vermelho.
Os rebeldes Huthis afirmaram, posteriormente, que "todos os interesses" dos Estados Unidos e do Reino Unido "tornaram-se objetivos legítimos", ao mesmo tempo que reiteraram que continuarão os seus ataques contra navios israelitas ou aqueles que se dirigem aos portos israelitas", referindo-se nomeadamente aos aliados de Israel.
Os Huthis, apoiados pelo Irão, controlam a capital do Iémen, Sana, e outras áreas no norte e oeste do país desde 2015.
O grupo respondeu à ofensiva militar israelita contra a Faixa de Gaza, que teve início em 7 de outubro, atacando navios com alguma ligação a Israel. Os Huthis realizaram mais de 25 ataques até ao momento, incluindo o sequestro do navio 'Galaxy Leader'.