O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou, esta sexta-feira, que o seu discurso na Assembleia-Geral da ONU seja transmitido em Gaza através de altifalantes instalados em camiões do lado israelita da fronteira.
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Em comunicado, o gabinete do primeiro-ministro refere que a instalação dos sistemas sonoros será feita em coordenação com as agências civis e as Forças de Defesa de Israel (FDI), com a ordem expressa de que a operação "não ponha em risco" os soldados destacados na zona.
O meio de comunicação israelita Ynet noticiou que "camiões militares com buzinas enormes" foram enviados para a fronteira, acrescentando que o major-general do Comando Sul, Yaniv Asor, ordenou a suspensão de atividades operacionais no norte de Gaza para que fosse possível cumprir a missão.
Segundo o jornal Haaretz, que citou duas fontes militares, a medida foi classificada como um ato de "guerra psicológica".
Algumas autoridades internas terão criticado a decisão, descrevendo-a como uma "ideia louca" e questionando o seu benefício militar.
Antes de viajar para Nova Iorque, Netanyahu adiantou que no discurso de hoje durante o debate geral iria expor "a verdade dos cidadãos de Israel e dos soldados das Forças de Defesa de Israel".
"Censurarei os líderes que, em vez de condenarem assassinos, violadores e queimadores de crianças, procuram dar-lhes um Estado no coração da terra de Israel. Isso não vai acontecer", prometeu Netanyahu.
A decisão do chefe de Governo israelita surge em plena ofensiva militar em Gaza, que continua apesar da pressão internacional e das resoluções da ONU a pedir um cessar-fogo imediato.
Segundo as autoridades locais, mais de 65.500 palestinianos foram mortos desde o início da campanha israelita, incluindo mais de 19.000 crianças.
Uma comissão independente da ONU, vários relatores de direitos humanos e diversas organizações não-governamentais alertaram que a ofensiva pode constituir genocídio, posição já partilhada por um número crescente de países.
Apesar das críticas e do aumento do número de vítimas, Israel mantém a campanha militar contra o movimento islamita palestiniano Hamas e as estruturas associadas na Faixa de Gaza, afirmando que a operação é necessária para garantir a sua segurança nacional.