O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse esta quarta-feira que o reconhecimento do Estado da Palestina por 10 países no domingo "não vinculará de forma alguma Israel".
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"A vergonhosa rendição de alguns líderes ao terrorismo palestiniano não vinculará de forma alguma Israel. Não haverá Estado palestiniano", declarou o líder israelita numa mensagem divulgada pelo seu gabinete.
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Benjamin Netanyahu disse também no domingo que não haveria um Estado palestiniano, quando chegaram os primeiros reconhecimentos do Estado palestiniano por 10 países, como Portugal, Reino Unido e Austrália, na véspera da Assembleia Geral da Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, opôs-se ao reconhecimento de um Estado palestiniano, mas informou hoje que prometeu aos líderes árabes e muçulmanos que não ia permitir que Israel anexasse a Cisjordânia, na Palestina.
Depois de vários países anunciarem a intenção de reconhecer a Palestina no verão, o ministro das finanças israelita, Bezalel Smotrich, apresentou uma proposta para que Israel anexasse 82% da Cisjordânia.
Donald Trump na terça-feira discutiu a situação em Gaza, à margem da Assembleia Geral da ONU, com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o emir (líder) do Catar, Tamim Bin Hamad Al-Thani e os representantes do Egito, Indonésia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
De acordo com duas pessoas familiarizadas com a conversa, Trump apresentou uma proposta para pôr fim às hostilidades no enclave palestiniano, que incluía o compromisso de impedir a anexação israelita da Cisjordânia e mais detalhes sobre a governação e a segurança na zona após o conflito, segundo a agência de notícias EFE.
Netanyahu vai reunir-se com Trump, o seu principal aliado, na segunda-feira, em Washington, nos EUA.
Uma comissão independente da ONU, relatores de direitos humanos, Organizações Não Governamentais e um número crescente de países descrevem a ofensiva militar israelita contra a Faixa de Gaza como genocídio, onde já morreram mais de 65.200 pessoas, incluindo mais de 19 mil crianças, segundo dados palestinianos.
A guerra em curso foi desencadeada pelos ataques liderados pelo movimento muçulmano Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.