O ministro dos Negócios Estrangeiros nigerino, Mohamed Bazoum, desmentiu, esta terça-feira, que o coronel líbio Muammar Kadafi tenha chegado ao Níger numa caravana de veículos blindados.
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"Não é verdade, não se trata de Kadafi e penso que a caravana em questão não tem as proporções que lhe foram atribuídas", afirmou o ministro, em declarações à agência noticiosa francesa AFP, via telefone.
Cerca de 200 veículos civis e blindados das forças leais a Kadafi chegaram na noite de segunda-feira a Agadez, no norte do Níger, escoltados por militares nigerinos, informaram fontes militares francesas e nigerianas citadas pela Reuters.
A passagem desta caravana suscitou imediatamente especulações sobre uma eventual fuga de Kadafi. O porta-voz do dirigente já garantiu que Kadafi continua em território líbio.
O Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político da rebelião, confirmou entretanto a existência desta caravana.
"Podemos confirmar que cerca de 200 veículos passaram da Líbia para o Níger, mas não podemos confirmar quem integrava a caravana", indicou Jalal el-Gallal, um porta-voz do CNT.
"Este género de caravana transportava geralmente Kadafi ou um dos seus filhos", referiu o mesmo representante, mas sem avançar mais pormenores.
No domingo, uma dezena de elementos próximos de Muammar Kadafi, incluindo o chefe das brigadas de segurança do coronel líbio, saíram da Líbia e entraram em Agadez.
O grupo entrou no Níger na companhia de Agaly Alambo, líder do Movimento dos Nigerinos para a Justiça, a principal frente armada da revolta tuaregue.
O Níger, país que faz fronteira com a Líbia, reconheceu o CNT no passado dia 27 de Agosto, pedindo na altura "a garantia da segurança e do bem-estar das comunidades estrangeiras que vivem na Líbia".
Perto de 211 mil cidadãos do Níger fugiram do território líbio desde o início da contestação popular, em Fevereiro passado.