O que se sabe do Moskva, símbolo do poder naval russo "gravemente danificado" no mar Negro
O cruzador alegadamente atingido pelos ucranianos é o navio de comando da frota da Rússia no mar Negro, a embarcação mais importante e que acolhe a estrutura de comando. Ao serviço desde a era da URSS, é a segunda maior embarcação russa.
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Com uma tripulação de 510 pessoas, o Moskva ficou seriamente danificado após uma explosão seguida de um incêndio, esta quinta-feira de manhã, na zona de aprovisionamento das munições. Moscovo confirma os estragos, o incêndio e a explosão, cuja origem diz desconhecer. Os ucranianos dizem que atingiram o navio de comando russo com dois mísseis da classe Neptuno.
O Moskva lidera a frota do Mar Negro desde 2000. Ficou conhecido no início da guerra como a embarcação que ordenou a rendição de militares ucranianos na Ilha das Serpentes e terá ouvido, em resposta, um "vão para o inferno". Os primeiros relatos diziam que as tropas leais a Kiev foram assassinadas pelos russos, mas, mais tarde foi noticiado que haviam sido feito prisioneiros.
Símbolo do poderio naval russo, o Moskva (Moscovo) tem 186 metros de comprimento, pesa 12500 toneladas e uma velocidade máxima de 32 nós (59 km/h). Com um alcance de 19 mil quilómetros, está equipado com 16 mísseis da classe Vulkan P-1000 - os mísseis de cruzeiro supersónicos, com um alcance de 550 a 700 quilómetros. Além de uma vasta gama de torpedos e minas antissubmarino, o cruzador está ainda equipado com um helicóptero.
A Rússia tem mantido uma presença forte no mar Negro desde a anexação da Crimeia. Uma posição usada para lançar e apoiar a invasão da Ucrânia, lançada na madrugada de 24 de fevereiro.
A frota do mar Negro tem suportado a capacidade militar da Rússia de lançar mísseis para qualquer ponto da Ucrânia e tem sido fundamental no apoio ao cerco a Mariupol, onde terão morrido mais de 20 mil pessoas, dados ucranianos.
"O Moskva é um espinho cravado na Ucrânia desse o início deste conflito. Vê-lo gravemente danificado é um incremento muito grande para o moral das tropas ucranianas", observou Michael Petersen, do Instituto de Estudos Marítimos da Rússia, em declarações à BBC.
Segunda maior embarcação russa, o Moskva entrou ao serviço no início dos anos de 1980. Foi construído, curiosamente, numa parte que hoje é Ucrânia, então território da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Embarcação destacada em muitas missões russas, o Moskva esteve mobilizado para o conflito na Síria, onde deu apoio às forças russas aliadas de Bashar al Assad.