A tensão na fronteira nos Himalaias está a aumentar entre os dois países, que se acusam mutuamente de trespassar território.
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China e Índia estão atualmente num clima de tensão devido a confrontos na fronteira nos Himalaias. Na passada terça-feira 20 soldados indianos morreram e estima-se que cinco militares chineses também tenham falecido num episódio de violência em Galwan Valley, no setor este de Ladakh, nos Himalaias.
Os dois países têm uma disputa de território que já dura há décadas: pelo menos desde 1962. Em 1975, o embate resultou em quatro soldados indianos mortos. A fronteira é composta por lagos de gelo e destaca-se pelas características montanhosas da região. Ambos têm uma forte disputa de território: a Índia acusa a China de ocupar 38 mil quilómetros quadrados de espaço que lhe pertence, enquanto a China reivindica 90 mil quilómetros quadrados de território.
Existe então uma linha de controlo que serve como fronteira entre os dois países naquela localização. Ambos países têm os seus motivos de porque é que os confrontos se iniciaram. Segundo informa o "Express", os militares indianos referem que a China ultrapassou a linha de controlo e enviou tropas para Ladakh para ocupar 38 mil quilómetros quadrados do seu território.
Por sua vez, a China acusa a Índia de construir estradas junto a Galwan Valley para ter uma melhor rede de circulação rodoviária para um transporte mais rápido de homens e opõe-se devido ao facto de ser um território disputado. A "BBC" acrescenta que foram as tropas indianas a ultrapassar a linha de controlo e que isso também motivou os conflitos.
Os dois países têm um acordo para não usar armas de fogo e, de acordo com o "New York Times", enrolaram as mãos com pregos ou arame farpado e utilizaram paus, canas de bambu e pedras para agredir o adversário. Uma guerra entre ambos os países teria graves consequências, principalmente para a Índia, país bastante afetado pela pandemia da covid-19, que se estima ter retirado o emprego a 100 milhões de pessoas e infetado mais de 354 mil. Tanto China como Índia possuem os maiores exércitos a nível mundial.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países já dialogaram via chamada telefónica, segundo informou Aditya Raj Kaul, jornalista indiano, através da sua conta de Twitter. O próprio publicou um documento que resume o conteúdo da conversa e as intenções das duas nações.
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O ministro Wang Yi refere que a China pretende chegar a um consenso e melhorar a comunicação e coordenação na fronteira de forma a obter a paz e tranquilidade. A postura indiana, representada por Su Jiesheng, é semelhante, sendo que este refere que o país pretende chegar a um consenso entre ambos líderes com objetivo de resolver as disputas territoriais.