O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse numa entrevista difundida, esta sexta-feira, que a Rússia tem de retirar os milhares de tropas que estacionou junto à fronteira com a Ucrânia e negociar com a comunidade internacional.
Corpo do artigo
"Pode ser que (os russos) estejam a tentar intimidar a Ucrânia, mas também é possível que tenham outros planos", ao manter os militares junto à fronteira, disse Barack Obama, numa entrevista à televisão norte-americana CBS.
Embora as estimativas do número de tropas variem consideravelmente, Obama afirmou que, para reduzir a tensão, a Rússia deve "fazer recuar aquelas tropas e iniciar negociações diretas com o Governo ucraniano e com a comunidade internacional".
O presidente norte-americano considerou que Vladimir Putin tem "querido mostrar um profundo desagrado pelo que considera a perda da União Soviética" e que não deve "voltar ao tipo de práticas que prevaleciam durante a Guerra Fria".
"Penso que há um sentimento forte de nacionalismo russo e um sentimento de que de alguma forma o Ocidente se aproveitou da Rússia no passado e que ele, de certa forma, quer reverter isso ou compensar isso", disse Obama, referindo-se a Putin.
"O que tenho dito repetidamente é que ele pode estar a interpretar mal o Ocidente. Está certamente a interpretar mal a política externa norte-americana", disse, assegurando que os Estados Unidos "não têm interesse em cercar a Rússia" e "deixar o povo da Ucrânia decidir sobre a sua própria vida".
A Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia na sequência da deposição em fevereiro do presidente ucraniano Viktor Ianukovich e a formação na Ucrânia de um governo apoiado pelo Ocidente.
Na terça-feira, o presidente do conselho de segurança ucraniano, Andrii Parubii, afirmou que a Rússia mantém 100 mil tropas ao longo de toda a fronteira com a Ucrânia, consideravelmente mais que as 20 mil estimadas pelo Pentágono.