O Zimbabué realizou eleições livres, "num clima de paz e tolerância", mas é demasiado cedo para avaliar a honestidade do processo, declarou o chefe da missão de observadores da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
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"Afirmamos que estas eleições foram livres, mesmo muito livres... Não dizemos que foram honestas, simplesmente porque a questão da honestidade é complexa e não queremos tirar qualquer conclusão nesta fase", declarou Bernard Membe.
"No conjunto, o processo foi caracterizado por uma atmosfera de paz e tolerância", acrescentou o chefe da missão de observadores da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Os observadores da SADC aconselharam os candidatos a aceitar o resultado das eleições, cujas primeiras leituras dão a vitória ao presidente Robert Mugabe.
"Em democracia (...) devemos aceitar a dura realidade dos factos e, em particular, o resultado", declarou Membe, ministro dos Negócios Estrangeiros da Tanzânia, durante um encontro com a imprensa, muito aguardado devido à ausência de observadores ocidentais no terreno.
Antes, a União Africana (UA) disse que as eleições de quarta-feira no Zimbabué foram "livres e credíveis", acrescentando que as falhas registadas não impediram os eleitores de exprimir a sua vontade.
Os resultados da votação, sobre a qual recaem suspeitas de fraude, ainda não foram divulgados, mas o campo de Mugabe, no poder há 33 anos, já reivindicou a vitória, enquanto o candidato da oposição e primeiro-ministro do governo de unidade, Morgan Tsvangirai, classificou as eleições como uma farsa, considerando que são nulas.