Ihor Kolomoisky, um dos homens mais ricos da Ucrânia, foi alvo de buscas, na sequência de um esforço das autoridades ucranianas de combater a corrupção no país.
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Um dos indivíduos mais conhecidos da Ucrânia, Ihor Kolomoisky deixou-se a observar enquanto investigadores revistaram a sua casa na cidade de Dnipro, no sudeste do país.
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O magnata assumiu o cargo de governador da região de Dnipropetrovsk em 2014 e é um rico empresário envolvido nos meios de comunicação ucranianos, petróleo e bancos. Kolomoisky desempenhou um papel fundamental no financiamento de batalhões de voluntários em resposta à ocupação inicial da Rússia no leste da Ucrânia. No entanto, os EUA colocaram-no numa lista sanções por suposta "corrupção significativa" durante o seu mandato como governador - algo que o magnata nega.
Segundo o jornal online "Ukrainska Pravda", a busca está relacionada com uma investigação sobre o suposto desvio de produtos petrolíferos e sonegação de direitos alfandegários. As autoridades anticorrupção ucranianas também estão a investigar um caso no qual suspeitam que oito pessoas desviaram ativos e fundos de uma empresa petrolífera estatal anteriormente ligada a Kolomoisky.
Num comunicado que não faz menção ao magnata, o departamento de segurança económica disse que expôs esquemas de peculato em grande escala e fuga de impostos no valor de 40 mil milhões de hyrivnia (equivalente a 991 milhões de euros) pela antiga administração das duas maiores empresas de petróleo da Ucrânia, a Ukranafta e a Ukrtatnafta.
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Ex-ministro também alvo de buscas
Numa operação separada, o ex-ministro do Interior, Arsen Avakov, disse que a sua casa também tinha sido revistada como parte de uma investigação sobre a compra de helicópteros Airbus pela Ucrânia há seis anos.
A busca surge depois de um helicóptero Airbus ter caído em 18 de janeiro, matando mais de uma dúzia de pessoas, incluindo o ministro do Interior, Denys Monastyrsky, e outros funcionários do ministério.
Avakov, de 59 anos, renunciou ao cargo de ministro do Interior da Ucrânia, em julho de 2021. Antes da renúncia, era um dos funcionários mais poderosos do país, servindo como ministro do Interior durante mais de sete anos.
Campanha anticorrupção na Ucrânia
A Ucrânia está sob pressão crescente dos parceiros ocidentais, principalmente da União Europeia (UE), para combater a corrupção. Quando Zelensky chegou ao poder em 2019, citou a luta contra a corrupção como uma das suas principais prioridades.
Essas incursões acontecem uma semana após a demissão de uma série de altos funcionários ucranianos envolvidos num caso de corrupção à volta de suprimentos do Exército.
As autoridades ucranianas, cujo esforço de guerra depende em grande parte do apoio militar e financeiro da Europa e dos Estados Unidos, também estão a ser desafiadas a combater a corrupção, para responder aos apelos dos aliados ocidentais.