ONU contou mais de 600 mortes em pontos de distribuição de ajuda alimentar em Gaza
Mais de 600 pessoas morreram em Gaza perto de comboios humanitários e em pontos de distribuição de ajuda administrados por uma organização norte-americana apoiada por Israel.
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Segundo Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), a organização não tem sido capaz de atribuir a responsabilidade pelo que considera ser assassínios no conflito que opõe Israel ao movimento de resistência islâmico Hamas.
No entanto, Shamdasani considerou que grande parte das 613 mortes registadas são da responsabilidade do exército israelita, “que bombardeia e dispara sobre palestinianos que tentam chegar aos pontos de distribuição” operados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF).
Em declarações aos jornalistas numa conferência de imprensa, a porta-voz acrescentou também desconhecer quantas dessas mortes ocorreram nos pontos de distribuição ou junto dos comboios humanitários.
Shamdasani sublinhou que os números abrangiam o período de 27 de maio a 27 de junho e que “houve mais incidentes” desde então, ainda por contabilizar e salientou que as informações são asseadas num relatório interno da situação elaborado pelo gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
A porta-voz ressalvou que os números, compilados através dos processos de verificação padrão da organização, “não mostram provavelmente um quadro completo”.
“Talvez nunca sejamos capazes de compreender a dimensão total do que está a acontecer aqui devido à falta de acesso” das equipas da ONU às áreas afetadas, sublinhou.
Praticamente desde o início do conflito, a 7 de outubro de 2023, que Israel tem sitiado a Faixa de Gaza, privando os palestinianos de ajuda humanitária e alimentar.
A guerra foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamista palestiniano Hamas ao sul de Israel.