O secretário-geral das Nações Unidas exigiu a israelitas e palestinianos que ponham fim à espiral de violência na região, num comunicado emitido à partida para uma visita a Israel e Palestina.
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"Já chega. Deixemos de hipotecar o futuro de ambos os povos e da região", disse Ban Ki-moon numa mensagem de vídeo que foi gravada em Bratislava, onde participou num ato comemorativo do 70º aniversário da ONU.
Ban Ki-moon, que ainda esta terça-feira deverá reunir-se com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e na quarta-feira com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, em Ramallah, dirigiu-se em primeiro lugar aos palestinianos para lhes manifestar "consternação" por ter visto "jovens, meninos, levantando uma arma para matar".
"Entendo a vossa frustração, sei que as vossas esperanças de paz foram interrompidas em inúmeras ocasiões, estão cansados pela continuação da ocupação e expansão dos colonatos. Muitos de vocês estão dececionados com os vossos líderes e connosco, a comunidade internacional, por não ter conseguido por fim à ocupação", diz o líder da ONU.
"Mas deixem-me ser claro: a violência só vai minar as legítimas aspirações palestinianas para alcançar um Estado".
Aos israelitas, expressou a sua compreensão pela situação, pelo "medo das crianças irem à escola e por qualquer um na rua ser uma potencial vítima".
Assim, defendeu, "a segurança é obviamente uma prioridade imediata", mas acrescentou que as medidas tomadas recentemente pelo Governo de Israel não são a solução. "Muros, reforços policiais, duras respostas por parte das forças de segurança e a demolição de casas não podem sustentar a paz e a segurança", defendeu.
A visita do secretário-geral da ONU coincide com uma ofensiva diplomática da comunidade internacional para travar a espiral de violência que começou no início deste mês e que já fez 43 mortos do lado palestiniano e oito entre os israelitas.
A visita-surpresa de Ban Ki-moon coincide também com os esforços do secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que se reunirá na Alemanha com Netanyahu e, na sexta-feira, com Abbas em Amã.