Dois suspeitos envolvidos nos tiroteios ocorridos na terça-feira em Forest, Bruxelas, encontram-se ainda em fuga e são ativamente procurados. O agressor morto foi identificado como Belkaïd Mohammed, argelino.
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Dois suspeitos envolvidos nos tiroteios ocorridos na terça-feira na comuna de Forest, em Bruxelas, encontram-se ainda em fuga e são ativamente procurados pela polícia, anunciou o procurador federal belga, Frédéric van Leeuw, numa conferência de imprensa esta quarta-feira.
O mesmo responsável adiantou que no apartamento alvo de buscas, onde os dois suspeitos se encontravam e onde tiveram início as trocas de tiros, foram encontrados um livro sobre salafismo e uma bandeira do Estado Islâmico.
Um terceiro homem foi morto durante a grande operação antiterrorista desencadeada na terça-feira, depois de quatro polícias - três belgas e uma agente francesa - terem sido feridos sem gravidade quando realizavam buscas num apartamento, no quadro dos inquéritos aos atentados de Paris em novembro passado, e foi já identificado durante a última noite.
O agressor morto, identificado como Belkaïd Mohammed, de 25 anos e nacionalidade argelina, encontrava-se ilegalmente na Bélgica, indicou a procuradoria federal, acrescentando que este indivíduo apenas estava referenciado pelas autoridades judiciais devido a um roubo simples cometido em 2014.
Numa conferência de imprensa muito concorrida - as revistas individuais aos mais de 100 jornalistas que compareceram levaram a um atraso de mais de uma hora relativamente ao início previsto -, não houve espaço para perguntas, tendo os responsáveis do ministério público apontado que, "no interesse da investigação ainda em curso", iriam limitar-se a ler o comunicado de imprensa a descrever os factos que podem nesta fase ser divulgados.
A procuradoria confirmou que, no quadro das investigações abertas após os ataques de 13 de novembro em Paris, que fizeram mais de 130 mortos e foram reivindicados pelo autoproclamado Estado Islâmico -, foram já levadas a cabo mais de 100 perquisições na Bélgica, tendo a de terça-feira, na Rue du Dries, sido conduzida por uma equipa mista de seis agentes - quatro belgas e dois franceses -, que foram surpreendidos à chegada ao apartamento alvo de rusga por tiros de armas pesadas.
Três polícias foram feridos sem gravidade imediatamente, tendo um dos ocupantes do apartamento, o cidadão argelino de 25 anos, sido morto por um elemento das forças especiais belgas, quando continuava a visar a polícia a partir de uma janela com uma arma kalashnikov.
Dois outros ocupantes conseguiram fugir e são ainda ativamente procurados, não tendo a procuradoria revelado qualquer dado sobre a sua identidade para salvaguardar as operações ainda em curso.
No apartamento, ao lado do cadáver do homem argelino, foram encontrados um livro sobre salafismo, uma bandeira do Daesh, (acrónimo árabe da organização terrorista Estado Islâmico), 11 carregadores de kalachnikov e muitas munições, mas nenhum explosivo, prosseguiu o procurador.
Ao longo da noite foram realizadas diversas outras perquisições, que resultaram na descoberta de uma outra arma kalachnikov e na detenção de uma pessoa, que ainda se desconhece se estará relacionada com os acontecimentos.
A procuradoria federal deu ainda conta de um homem que foi admitido num hospital de Bruxelas com uma perna partida, mas que ainda não pôde ser ouvido pelas autoridades policiais, que procuram pistas de uma eventual relação com os tiroteios de Forest, já que a pessoa que levou o indivíduo ao hospital fugiu assim que a polícia local chegou ao estabelecimento hospitalar.