O principal partido de oposição ao governo de Dilma Rousseff no Brasil pediu que as autoridades investiguem os gastos da presidente em Lisboa, no último sábado.
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O avião oficial de Dilma Rousseff fez uma escala em Portugal no trajeto entre Zurique, onde participou no Fórum Económico Mundial, e Havana, onde se realiza a cimeira da Comunidade dos Estados Caribenhos e Latino-Americanos.
Segundo a Imprensa brasileira, a comitiva instalou-se nos hotéis Ritz e Tivoli, com gastos de cerca de 21 mil euros.
O líder do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio, apresentou, esta terça-feira, um pedido de investigação na Procuradoria-Geral da República por alegado crime contra a administração pública.
Uma ação similar já tinha sido suscitada pelo Partido Popular Socialista (PPS).
Outra solicitação foi feita à Comissão de Ética Pública da Presidência requerendo uma investigação à presidente Dilma Rousseff e aos assessores por uma alegada infração ao Código de Conduta da Alta Administração Federal.
Segundo Carlos Sampaio, deverá ser convocado o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, para prestar esclarecimentos.
A escala da presidente brasileira em Portugal não foi divulgada na agenda oficial da Presidência.
Segundo uma nota divulgada pelo governo, a escala em Lisboa foi "obrigatória" porque o avião presidencial não teria autonomia de voo para fazer o trajeto entre Zurique e Havana diretamente.
O governo informou ainda que Rousseff chegou a Portugal às 17.30 horas de sábado, e pernoitou no país.
O líder do PSDB realçou uma informação divulgada pelo jornal "O Estado de São Paulo", que citou que a escala técnica já estava programada com dias de antecedência, e não foi de última hora.
O responsável do protocolo do governo português, embaixador Almeida Lima, afirmou que estava informado desde quinta-feira para receber a comitiva brasileira, informou o diário.
Parte da comitiva jantou no restaurante Eleven, que possui o "Menu Estrela Michelin".
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou que a conta foi paga com recursos próprios de quem esteve no local.
Já o 'chef' Joachim Koerper afirmou que o jantar "foi muito mais barato que um bom restaurante em São Paulo ou no Rio de Janeiro", em entrevista à Folha de São Paulo.