O preso político venezuelano e ex-presidente da Câmara Metropoliana de Caracas António Ledezma pediu esta quinta-feira que o Prémio Sakharov 2017 seja destinado às famílias dos presos políticos com dificuldades económicas.
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António Ledezma, pediu ainda que o prémio, outorgado hoje pelo Parlamento Europeu à oposição venezuelana, seja um reconhecimento às 120 pessoas que desde abril e durante quatro meses, "caíram" (foram assassinados) durante protestos opositores na Venezuela.
"Agradecemos este reconhecimento pela luta do povo venezuelano. Deus premeia-me porque continuo vivo, esse prémio deve ser para os caídos" escreveu em seu nome, no Twitter, a mulher de António Ledezma, Mitza Capriles.
O dinheiro do prémio, defende, deve destinar-se ainda "a familiares de presos políticos com dificuldades económicas e que "a pesar da injusta prisão" António Ledezma continua "firme nos princípios democráticos".
A oposição venezuelana venceu hoje o Prémio Sakharov 2017 "pela coragem demonstrada por estudantes e políticos na luta pela liberdade".
O prémio foi atribuído ao presidente do parlamento e líder do partido Primeiro Justiça e aos presos políticos Leopoldo López, António Ledezma, Daniel Ceballos, Yon Goicochea, Lorent Saleh, Alfredo Ramos e Andrea González.
O reconhecimento é atribuído num momento de grandes divisões internas na aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), fracionada depois de ver quatro governadores de Ação Democrática, eleitos a 15 de outubro último, prestar juramento perante a Assembleia Constituinte, que a oposição diz ser ilegal e estar ao serviço do regime cubano.
Segundo o presidente do parlamento e um dos premiados, Júlio Borges, o prémio deve servir para reunificar a oposição tendo por base o apoio internacional que tem.
"Tudo o que está a acontecer (divisões) é algo difícil, mas devemos encontrar um caminho claro, unificar forças para não ficar-mos fazendo ruído entre nós (mesmos)", disse aos jornalistas.
Segundo Júlio Borges o prémio é para todo o povo venezuelano e a Assembleia Nacional (parlamento, onde a oposição detém a maioria, mas é ignorada pelo regime).
O prémio, de 50 mil euros será entregue a 13 de dezembro, em Estrasburgo, França.